Discreta, poderosa e praticamente desconhecida no Tocantins, Maria Emília Gonçalves de Rueda, a Mila, surgiu no cenário político local como a pré-candidata a primeira suplente do deputado federal Carlos Gaguim (União Brasil) numa possível disputa ao Senado. Até aí, poderia ser só mais um nome técnico compondo uma chapa. Mas não é.

Mila é a tesoureira nacional do União Brasil, um dos maiores partidos do País. Em 2024, ela comandou um cofre estimado em R$ 536 milhões só de fundo eleitoral. E, com a federação União Brasil + PP a caminho, ela pode estar prestes a ser uma das gestoras com um orçamento de quase R$ 1 bilhão em recursos públicos para campanhas.

Mais do que suplente, Maria Emília pode fazer parte estratégica de um grupo que já controla Brasília por dentro, e que agora mira ocupar espaço no Senado com nomes que têm acesso direto à máquina partidária e aos bastidores da federação que está sendo costurada para 2026.

Quem é ela?

Advogada, formada em Direito e Relações Internacionais, com especialização em inteligência artificial, Mila é sócia do escritório Rueda & Rueda Advogados, presente em 11 estados e no Distrito Federal, conhecido por atuar no chamado “contencioso de massa”, causas gigantescas envolvendo operadoras de planos de saúde, seguradoras e empresas de telefonia. Ela assumiu o comando do escritório após o irmão, Antonio Rueda, virar operador político de primeira linha na criação do União Brasil e, agora, será presidente da federação com o PP, que caminha para ter o senador Ciro Nogueira como vice.

No Tocantins, segundo Gaguim, ela já estaria trabalhando para abrir uma sede do seu escritório. O parlamentar já afirmou, inclusive, que ela não será uma “suplente de fachada”. A missão é clara: dar cara e base a um nome que, embora forasteiro na política tocantinense, tem linha direta com o topo da pirâmide partidária.

Por que Mila importa?

Porque ela pode ser a chave do cofre da maior federação partidária do País. Porque é irmã do presidente nacional do União. E porque está sendo colocada como suplente de um político com longa estrada, mas que nunca escondeu a vontade de alçar voos mais altos, e abrir caminho para quem vier logo atrás.

Se Gaguim se eleger e sair de cena, é Mila quem assume. Se o União quiser lançar nome próprio à cabeça de chapa em 2026, com apoio da federação, é Mila quem já estará posicionada.