A aliança entre Eduardo Siqueira Campos (Podemos) e Carlos Amastha (PSB), construída durante a eleição de 2024, se desfez nos meses seguintes, especialmente após o afastamento temporário do prefeito por decisão do STF no final de junho. Durante esse período, Amastha teria se aproximado do interino Carlos Velozo e passou a operar fora do núcleo de confiança de Eduardo. Ao reassumir, o prefeito sinalizou o rompimento ao exonerar o ex-prefeito da Secretaria de Zeladoria Urbana.

Ainda assim, Eduardo reteve nomes do PSB em cargos estratégicos. A permanência de Júnior Brasão na Subprefeitura da Região Sul e a nomeação de Petion Corado para o gabinete são lidas internamente como um movimento político de contenção. Os dois nomes estão na suplência na legenda presidida por Amastha, na vaga de vereador ocupada justamente pelo ex-prefeito da Capital. Manter o partido parcialmente integrado à gestão enfraquece o controle do vereador sobre a sigla e permite ao prefeito influência nas futuras movimentações internas.

A estratégia, segundo aliados do Paço, foi desenhada para preservar acesso à estrutura partidária, esvaziando Amastha sem precisar romper formalmente com o PSB. Com o reflexo da campanha em forma de parceria de 2024, Eduardo cedeu nomes da gestão para indicação do ex-prefeito, e, em troca, quando precisou, evitou a instalação de uma CPI sugerida por Amastha contra a gestão da ex-prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB). O recuo à época teria sido um gesto de confiança, agora descartado.

Amastha retorna à Câmara com discurso contido. Ao ser procurado nesta terça-feira, disse ao Jornal Opção Tocantins que está de férias e não comentaria, por ora, se atuará como oposição. O ambiente no entorno do prefeito, no entanto, já trata o ex-secretário como figura desconectada do governo. A dúvida é se o isolamento vai empurrar o socialista para o campo crítico ou se a permanência do PSB no Executivo ainda servirá de ponte para recomposição futura.