Embora conte com o apoio da senadora Dorinha Seabra (União) na sua pré-candidatura ao Senado em 2026, o deputado federal Carlos Gaguim (União) tem adotado um tom cada vez mais assertivo, e um tanto autônomo, nas declarações públicas. Em entrevista recente, afirmou ter um “acordo firmado” com a direção nacional do União Brasil, apoio de mais de 60 prefeitos e disse que, se for necessário, “tocará a candidatura sozinho”, inclusive fora do partido. A fala repercutiu internamente como um alerta, por colocar em xeque o processo de articulação conjunta que envolve a federação UB/PP e aliados de peso no estado.

Nos bastidores, a movimentação de Gaguim teria causado desconforto em aliados, entre eles, uns mais próximos da senadora, que é pré-candidata ao governo e tem mantido ritmo constante de viagens pelo Tocantins. A avaliação é que declarações individualistas, mesmo que empolgadas, destoam do esforço coletivo exigido por um projeto majoritário competitivo. “Candidatura não se sustenta sozinha”, resumiu uma fonte, reforçando que qualquer projeto eleitoral, seja ao Senado ou ao governo, depende da construção com lideranças, prefeitos, partidos e apoios em todas as regiões.

A inquietação com o tom das falas é real entre integrantes do grupo, que veem 2026 como uma disputa que exigirá mais convergência do que bravatas. Gaguim, político calejado, conhece o jogo. Resta saber se os recados fazem parte de uma estratégia para ampliar sua margem de negociação ou se anunciam disposição genuína de trilhar caminho próprio,ainda que isso implique esticar a corda com aliados históricos.