O governador em exercício do Tocantins, Laurez Moreira (PSD), passou a ser alvo de um pedido de impeachment protocolado na manhã desta terça-feira, 11, na Assembleia Legislativa. Com este, a Assembleia Legislativa soma seis pedidos de impeachment sob análise: cinco contra o ex-governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e agora um contra Laurez Moreira. Nenhum deles foi levado à votação até o momento.

A iniciativa é do advogado Fábio Natiêr, presidente da Comissão de Direito Eleitoral e Municipalista da OAB de Araguaína. No documento, ele lista uma série de argumentos para sustentar o afastamento do governador. Entre os principais, estão as demissões em larga escala promovidas desde o início da gestão e o que ele chama de “descontinuidade administrativa”. O advogado afirma que 5.871 servidores foram exonerados, com média de quase 90 desligamentos por dia útil, enquanto 2.276 novas contratações já teriam sido feitas.

O advogado afirmou que o pedido foi motivado pelas “cinco mil famílias afetadas pelas exonerações” e negou ter vínculos partidários. “Não há motivação política. O próprio governo reconhece dificuldades financeiras, mas o Estado tem nota A em capacidade de gestão”, declarou.

Ao Jornal Opção Tocantins o advogado ainda disse que sua iniciativa foi motivada por razões legais e pelo sentimento de justiça diante do que considera irregularidades na gestão. O advogado, que diz não ter vínculo partidário, também criticou as demissões e recontratações de servidores com suposta motivação política

O texto também contesta o decreto de emergência financeira editado por Laurez e cita possível nepotismo, mencionando a nomeação de Juarez Moreira, filho do governador, para o secretariado. Segundo ele, embora o Supremo Tribunal Federal tenha flexibilizado a interpretação sobre nepotismo, a nomeação do filho de Laurez para o secretariado “não atende a nenhum dos critérios definidos” pela Corte e levanta questionamentos sobre a moralidade da conduta.

Outro ponto questionado é o uso das redes sociais e de canais institucionais do governo, que, segundo Natiêr, estariam sendo utilizados de forma irregular.

Questionado sobre o fato de que, em caso de cassação, o comando do Executivo passaria ao presidente da Aleto, Amélio Cayres — investigado na Operação Fames-19 —, ele respondeu que “tem que sair até o último corrupto na medida de suas ações”, afirmando que não se pode “aceitar o errado apenas por ser comum”.

A reportagem solicitou posicionamento oficial do Governo do Tocantins e à Aleto sobre o caso e aguarda resposta.