Republicanos em xeque: Wanderlei aposta no STF enquanto Tarcísio sobe o tom contra a Corte

Enquanto o governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), aposta suas fichas em uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o tirou do cargo no âmbito da Operação Fames-19, integrantes do seu partido escolheram justamente o STF como alvo preferencial. A contradição ficou evidente neste domingo, 7, quando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), subiu o tom contra a Corte em discurso na Avenida Paulista, pedindo anistia ampla para os condenados do 8 de Janeiro.

No Tocantins, Wanderlei espera do mesmo tribunal acusado por seus correligionários de “excessos” a chance de voltar ao Palácio Araguaia. A Fames-19 apura supostos desvios de recursos destinados a cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. O afastamento do governador abriu uma crise política local, enquanto a defesa tenta explorar brechas jurídicas para derrubar a decisão do STJ.

O curioso é que, até pouco tempo atrás, Wanderlei e Tarcísio trocavam elogios públicos em eventos do Republicanos. Na celebração dos 20 anos da sigla, em Brasília, o paulista exaltou o colega tocantinense como “um governador de aprovação altíssima”, enquanto Wanderlei retribuiu apontando Tarcísio como “nome leve” para disputar a presidência da República em 2026.

Agora, o enredo mostra duas faces do mesmo partido: de um lado, um governador afastado que depende de uma decisão do STF; de outro, líderes nacionais da legenda que elevam o tom contra o tribunal. O paradoxo expõe a encruzilhada do Republicanos, dividido entre a retórica de enfrentamento à Justiça e a necessidade prática de sobrevivência política no Tocantins.