Valores altos no setor imobiliário e falta de arborização em Palmas inspiram performance artística
01 setembro 2025 às 16h14

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A performance “Especulação Arbórea”, realizada em Palmas pela artista “Almeida et al” tem repercutido nas redes sociais nos últimos dias. A performer havia criado o projeto durante sua residência artística Escala 1:1 – Ações Humanas para Espaços Monumentais organizada pelo Coletivo Flácido com o apoio da Lei Aldir Blanc 2 pela Fundação Cultural de Palmas. A ação chamou atenção ao abordar de maneira criativa a especulação imobiliária e a falta de investimento em arborização na capital tocantinense.
A obra integrou a programação da residência artística Escala 1:1 feita pelo Coletivo Flácido, que reuniu artistas locais e nacionais em Palmas ao longo do mês de agosto para desenvolver trabalhos em torno da ocupação dos espaços urbanos. A crítica viralizou na internet pelo nível de identificação com os moradores, retratando o alto custo de vida em Palmas e o calor intenso.
Como parte da performance, placas escritas com “aluga-se sombra” foram espalhadas pela cidade, acompanhadas de valores elevados. De acordo com Philipe Ramos do Coletivo Flácido, a performance procurou expor o contraste entre o preço alto do mercado imobiliário local e a falta de áreas sombreadas na capital mais jovem do Brasil,
Segundo Loury Lay Gomes Almeida (Almeida Et Al.), a intervenção busca provocar uma dupla leitura. “É uma performance que fala sobre a ausência de arborização e a especulação imobiliária em Palmas”, afirmou. Além dessa crítica, a artista também procurou causar uma reflexão nos espectadores. “Quis fazer àqueles que viram as placas refletirem sobre Palmas, que, apesar de ser a capital mais jovem do Brasil, não oferece condições mais acessíveis e dignas de moradia, além da falta de investimento em arborização urbana”, a performer explicou.
O gestor do Coletivo Flácido, Filipe Porto, destaca que o impacto da performance mostra a importância da arte como ferramenta de debate público. “A reação das pessoas, tanto nas ruas quanto nas redes sociais, mostra como a arte pode tocar em pontos sensíveis da vida urbana”, ele frisou. Além da importância da arte, Filipe também ressalta a necessidade dessas pautas serem discutidas. “Palmas precisa discutir sua relação com o espaço público, a moradia e o meio ambiente. Esse é o papel que buscamos cumprir: usar a arte como dispositivo de reflexão coletiva”, finalizou.
Gabes Guizilin cumpre estágio obrigatório por meio do convênio firmado entre o Jornal Opção e a Universidade Federal do Tocantins (UFT), sob supervisão de Elâine Jardim.