Réus por rifas ilegais e lavagem de dinheiro, Evoney Fernandes, Fábio Neto e Hitalon Bastos serão interrogados no próximo dia 29 de julho

01 julho 2025 às 16h44

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A Justiça marcou para o próximo dia 29 de julho, o interrogatório dos influenciadores digitais Evoney Fernandes Macedo, Fábio Oliveira Neto e Hitalon Silva Bastos, que juntos somam quase 8 milhões de seguidores e são réus em ação penal que tramita na 3ª Vara Criminal de Palmas. A audiência integra a fase de instrução do processo.
Conforme apuração da reportagem, Fábio Neto e Hitalon Bastos já foram notificados, mas Evoney Fernandes ainda não recebeu o documento, o que não impede o processo de continuar. De acordo com a descrição do mandado, mesmo sem a presença do acusado que, citado ou intimado, deixar de comparecer sem justificativa o trâmite segue. Também continuará se ele mudar de endereço e não avisar o juízo.
Em junho de 2023, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) denunciou os três por promover 36 rifas ilegais pela internet entre maio de 2022 e fevereiro de 2023, além de ocultar dinheiro obtido de forma ilícita, prática enquadrada como lavagem de capitais, movimentando cerca de R$ 4,5 milhões. Além da ilegalidade das rifas, a Promotoria aponta que Evoney e Fábio deixaram de realizar sorteios em pelo menos 12 campanhas, ficando com o dinheiro arrecadado, o valor não sorteado nem devolvido ultrapassa R$ 1,6 milhão. Já Hitalon, teria participado de oito rifas não autorizadas, sem envolvimento direto nas fraudes de sorteio.
A investigação que originou a ação penal teve início com a Operação ‘Tá no Grale’, deflagrada pela Polícia Civil em março de 2023. Na época, foram apreendidos carros de luxo, uma moto e outros bens, com bloqueio bancário de R$ 635 mil. Ao todo, os valores apreendidos somaram cerca de R$ 1,4 milhão.
Evoney teria sido o principal beneficiado com as campanhas, movimentando R$ 3 milhões e chegando a comprar um ônibus de R$ 280 mil, com pagamento via Pix, além de carros utilizados em suas apresentações artísticas. Fábio arrecadou cerca de R$ 819 mil em 11 sorteios, e Hitalon, aproximadamente R$ 755 mil. Segundo o MPTO, os três chegaram a ser banidos da plataforma digital onde faziam os sorteios, mas mantiveram as campanhas em andamento e ficaram com os valores arrecadados.
No interrogatório, os réus poderão apresentar sua versão dos fatos ao juiz e ao Ministério Público, após o encerramento da fase de oitiva das testemunhas.