Araguaína é alvo de operação que investiga irregularidades em contratos de saúde de R$ 108 milhões

30 setembro 2025 às 10h08

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Araguaína foi um dos municípios onde a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), em parceria com o Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE/PI), cumpriram mandados da Operação OMNI, deflagrada nesta terça-feira, 30. A ação investiga possíveis crimes de fraude à licitação, peculato e lavagem de dinheiro envolvendo organizações sociais de saúde (OSS) contratadas para gerir hospitais estaduais, incluindo o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba (PI).
Segundo a CGU, as investigações começaram a partir de análises sobre os processos de contratação de OSSs pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI). Foram identificados indícios de direcionamento de licitação, restrições à participação de concorrentes, conluio entre OSSs participantes e superfaturamento nos serviços contratados. Também foram constatados conflitos de interesse envolvendo agentes públicos vinculados simultaneamente à SESAPI e às empresas contratadas.
Entre os contratos investigados está a contratação de solução integrada para implantação de software de gestão hospitalar, avaliada em R$ 108 milhões, que apresenta indícios de fraude à licitação e falsidade ideológica.
A Operação OMNI inclui o cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão em outros estados,: Piauí (Teresina), Maranhão (Timon), Distrito Federal (Brasília), Goiás (Goiânia), São Paulo (São Paulo) e Paraná (Curitiba). Também foram decretados dois mandados de prisão temporária, ambos em Teresina, e o bloqueio de aproximadamente R$ 66 milhões. Além disso, a operação prevê afastamento de agentes públicos e a suspensão do contrato da SESAPI com a OSS investigada. O trabalho envolve 88 policiais federais, 16 servidores da CGU e dois servidores do TCE/PI.
A Operação
O nome da operação, OMNI, deriva do latim e significa “tudo/todos”, simbolizando a amplitude da investigação, que abrange múltiplos alvos e contratos.
De acordo com a CGU, as irregularidades identificadas têm impacto direto na gestão da saúde pública, tanto financeiro quanto operacional. Problemas como direcionamento de licitação, superfaturamento e conflito de interesse podem comprometer o atendimento em hospitais estaduais, afetando milhares de pacientes que dependem dos serviços.
A CGU mantém a Plataforma Fala.BR para recebimento de denúncias sobre esta e outras operações. As informações podem ser enviadas de forma anônima, marcando a opção “Não identificado”, e registrando no formulário eletrônico o nome da operação e a unidade da federação correspondente.