Araguaína está entre os municípios mais impactados do Brasil pelo tarifaço de Trump

06 agosto 2025 às 16h54

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Araguaína está entre os mais de 900 municípios brasileiros mais impactados pelo tarifaço do governo norte americano, em vigor desde esta quarta-feira, 06. Em 2024, o município exportou cerca de US$ 67,6 milhões para os Estados Unidos, valor que agora está diretamente afetado pela nova tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano. A maior parte dessas exportações é composta por carnes e miudezas comestíveis, que somaram US$ 52,9 milhões, além de produtos derivados de amidos, colas e enzimas, que totalizaram US$ 14,5 milhões, e gorduras e óleos animais ou vegetais, com cerca de US$ 170 mil.
Além de Araguaína, outros dois municípios do Tocantins também foram afetados pelo tarifaço e figuram na lista entre os mais impactados. Nova Olinda, no norte do estado, exportou exclusivamente carnes e miudezas comestíveis, totalizando US$ 167 mil em 2024, que agora estarão sujeitos à mesma sobretaxa. A capital Palmas, apesar de apresentar volumes menores, também registra exportações para os Estados Unidos, principalmente em café, chá, mate e especiarias, com US$ 5,3 mil, caldeiras, máquinas e aparelhos mecânicos, com US$ 310.
Com a nova alíquota, que adiciona 40% aos 10% já existentes, o custo final dos produtos brasileiros no mercado norte-americano deve aumentar significativamente. Isso pode causar queda na demanda pelos produtos tocantinenses, especialmente no setor da carne, ou forçar os exportadores a buscar novos mercados para compensar as perdas.
No cenário nacional, o impacto do tarifaço atinge 906 municípios brasileiros, conforme levantamento do Estadão, feito junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Entre os mais afetados estão Piracicaba, em São Paulo, que exportou cerca de US$ 1,3 bilhão em máquinas e peças; Matão, também em São Paulo, com US$ 519,7 milhões em preparações de frutas; e Guaxupé, em Minas Gerais, que movimentou US$ 410,4 milhões em café e especiarias. Outros municípios impactados incluem Barcarena, no Pará; São Paulo, Colina e Guarulhos, em São Paulo; Varginha, em Minas Gerais; e Joinville e Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.

Soluções
No começo da tarde desta quarta, o Jornal Opção Tocantins publicou que o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) busca alternativas para reduzir os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre a carne brasileira. Ele tem reunião marcada com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para discutir a abertura de novos mercados para os produtos do estado.
Atualmente, somente 9% da carne tocantinense é exportada para os EUA. Segundo a assessoria do governo informou ao Jornal Opção Tocantins, o foco agora é buscar oportunidades no mercado japonês e nos países do Sudeste Asiático, considerados potenciais alternativas enquanto durarem as restrições norte-americanas.
Já a Prefeitura de Araguaína encaminhou a seguinte nota:
A Prefeitura de Araguaína acompanha com preocupação a nova taxação do governo do Estados Unidos sobre produtos brasileiros importados pelo mercado norte-americano. Atualmente, das cinco plantas frigoríficas instaladas em Araguaína, quatro delas comercializam proteína animal para o mercado brasileiro e uma delas também para o mercado dos EUA.
Em 2024, Araguaína exportou 10 mil toneladas de carne bovina para os EUA, figurando como a 6ª maior cidade do Brasil no ranking de exportações neste segmento. De janeiro a maio de 2025, o município comercializou 4.638 toneladas de proteína animal bovina.
Parte do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) arrecadado com a venda da proteína animal para o exterior retorna para a cidade e a possível queda na arrecadação pode comprometer o orçamento municipal para 2025.