A cantora e compositora Preta Gil faleceu neste domingo, 20 de julho, aos 50 anos, em decorrência de um câncer no intestino. A morte foi confirmada por sua assessoria de imprensa. Preta estava nos Estados Unidos, onde se submetia a um tratamento experimental após enfrentar diversas fases da doença desde janeiro de 2023.

No Brasil, ela passou inicialmente por sessões de quimioterapia e radioterapia, além de uma cirurgia para retirada de tumores em agosto do ano passado. Apesar da resposta positiva inicial, a doença voltou a se manifestar em outras partes do corpo, exigindo novos procedimentos. Diante da reincidência, Preta optou por seguir com terapias inovadoras fora do país.

Ao longo do tratamento, a artista foi elogiada pela maneira franca e resiliente com que compartilhou sua luta. “Sei que fiz a escolha certa em dividir com as pessoas as minhas vulnerabilidades e meus sofrimentos. Mas com a cabeça erguida, como sempre foi, desde o começo”, declarou ao receber o Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo, em 2024.

Filha do cantor Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa, Preta construiu uma trajetória marcante na música e na representatividade. Aos 29 anos, trocou a publicidade pela carreira artística, lançando seu álbum de estreia, Prêt-à-Porter, que trouxe o sucesso “Sinais de Fogo”, composto por Ana Carolina especialmente para ela. O disco causou polêmica à época pela capa em que a cantora aparecia nua, desafiando padrões e reforçando seu posicionamento sobre o corpo e a liberdade feminina.

Preta Gil deixa um legado de coragem, irreverência e autenticidade que marcou não só a música brasileira, mas também o debate público sobre saúde, autoestima e diversidade.