O número de casos suspeitos de sarampo no Tocantins subiu para seis nesta terça-feira, 22, todos registrados no município de Campos Lindos, a cerca de 560 km de Palmas. A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informou que as amostras laboratoriais apresentaram resultado IgM reagente e foram encaminhadas à Fiocruz, no Rio de Janeiro, para confirmação definitiva. Ainda não há previsão para a divulgação dos laudos finais.

Os novos registros incluem quatro pessoas, todas não vacinadas: duas mulheres, de 15 e 24 anos (estudante e doméstica), e dois homens, de 21 e 27 anos (estudante e mecânico). Elas apresentaram os sintomas clássicos da doença, como febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, tosse, coriza e conjuntivite, e permanecem em isolamento domiciliar, com acompanhamento da rede pública de saúde.

Os casos têm vínculo epidemiológico com os dois primeiros registros, anunciados na segunda-feira, 21: uma criança de quatro anos e uma mulher de 29 anos, profissional de saúde, ambas também não vacinadas. A criança havia tido contato com viajantes que estiveram recentemente na Bolívia, país que já soma ao menos 60 casos de sarampo em 2025.

Desde a notificação dos primeiros casos, a SES-TO mobilizou equipes de vigilância e reforçou as medidas preventivas no município. Ao todo, dez profissionais da secretaria atuam em conjunto com técnicos do Ministério da Saúde e agentes locais, realizando bloqueios vacinais, orientações sobre isolamento e ações de conscientização.

A pasta também divulgou nota técnica aos 139 municípios tocantinenses, com protocolos de prevenção e controle da doença, além de alertas sobre vacinação e manejo clínico.

Doença infecciosa de alta transmissibilidade, o sarampo é causado por vírus e se propaga por meio de gotículas respiratórias ao falar, tossir, espirrar ou simplesmente respirar. A transmissão pode ocorrer entre seis dias antes e quatro dias após o surgimento das manchas no corpo. Em casos graves, pode evoluir para pneumonia, encefalite e até óbito.

A única forma de proteção eficaz é a vacinação. No Tocantins, mais de 300 salas de vacina estão abastecidas com as doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e da tetraviral (que inclui varicela). No entanto, os dados mais recentes apontam queda na cobertura vacinal: em 2024, 93% da população-alvo recebeu a primeira dose, mas apenas 80% completou o esquema. Em 2025, os índices parciais são de 86% (primeira dose) e 55% (segunda dose), abaixo da meta nacional de 95%.

A vacina é indicada para pessoas entre 12 meses e 59 anos, com reforço aos 15 meses. Em situações de surto, como a atual em Campos Lindos, a imunização pode ser antecipada para crianças a partir dos seis meses.

A secretaria reitera que não há tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos utilizados são apenas para controle dos sintomas. Em caso de suspeita, é essencial procurar uma unidade de saúde para avaliação médica imediata.

Orientações

Além da vacinação, a SES-TO reforça a importância do isolamento domiciliar e de medidas de etiqueta respiratória. Pessoas com suspeita de sarampo devem evitar frequentar ambientes coletivos por pelo menos quatro dias após o surgimento das manchas.

Recomendações adicionais incluem:

  • Limpeza frequente de superfícies;
  • Uso de lenços descartáveis;
  • Lavagem das mãos com água e sabão ou álcool em gel;
  • Evitar contato com grupos vulneráveis, como bebês e gestantes.