Dados mostram que 75% dos óbitos evitáveis no Tocantins são de pessoas pretas ou pardas
27 outubro 2025 às 14h32

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Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) apontam que em 2024 no Tocantins, 6.893 pessoas faleceram por causas evitáveis. Deste total, são 5.170 pessoas pretas ou pardas. Já em 2025 os dados apontam 5.405 mortes evitáveis, sendo 4.047 óbitos de pessoas pretas e pardas. Os dados foram levados pela
A pesquisa aponta que 75% dos óbitos evitáveis são de pessoas pretas ou pardas no Estado. No Brasil, a população negra é o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas, segundo o quesito cor ou raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Tocantins, mais de 73% da população se autodeclara assim.
O secretário de Estado da Saúde, Vânio Rodrigues, disse que “Hoje, mais do que nunca, é essencial reconhecer que o racismo institucional contribui para as iniquidades em saúde. Por isso, garantir a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra no Tocantins é fundamental para garantir um SUS digno, equânime e sem discriminação”
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra foi instituída pela Portaria nº 992, em 13 de maio de 2009, com intuito de garantir a universalidade dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), com o direito ao acesso gratuito aos serviços de saúde, sem qualquer tipo de discriminação.
Para tratar sobre o assunto, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) realizará nos dias 6 e 7 de novembro, o I Seminário Estadual Políticas Públicas de Saúde e a População Negra, no Auditório do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE-TO), em Palmas. O evento integra a campanha Saúde sem Racismo, reunindo gestores, profissionais e estudantes da área da saúde para debater políticas e estratégias voltadas à equidade racial no SUS e as inscrições são feitas clicando neste link.
Segundo o coordenador do Programa Diversidade na Saúde (PDS), Francisco de Assis Neves Neto, “o enfrentamento à desigualdade étnico-racial na saúde é um piloto da gestão estadual, que reconhece o racismo institucional como um determinante social em saúde. Por isso, a SES tem utilizado como base a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e tem trabalhado também, portaria própria, que fala do Programa Diversidade na Saúde. Junto com os trabalhadores, discutimos de maneiras educativas na perspectiva da desconstrução de práticas racistas, dentro do Sistema Único de Saúde, nas relações entre servidores, gestores e também na atuação dos pacientes, como profissionais de saúde”, disse.
“É importante lembrar que a PNSIPN é tripartite, é de responsabilidade federal, estadual e municipal, no entanto, mais de uma década após sua criação, existem pessoas que desconhecem essa política. E é muito importante trabalhá-la, considerando que a população negra segue sendo a mais afetada por mortes precoces, evitáveis e também pela menor expectativa e qualidade de vida”, afirmou a enfermeira doutora em Saúde Pública, da Escola Tocantinense do Sistema Único de Saúde Dr. Gismar Gomes (ETSUS), membra do Coletivo Feminista Ajunta Preta e integrante do Comitê de Prevenção de Óbito Materno, Fetal e Infantil do Tocantins (CEPOMFI/TO), Liana Barcelar.
