Eduardo Siqueira Campos é preso por suspeita de envolvimento em vazamento de informações sigilosas do STJ

27 junho 2025 às 10h29

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O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi preso na manhã desta sexta-feira (27) durante nova fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal. A investigação apura o vazamento de informações confidenciais de inquéritos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça (STJ), além da suspeita de venda de decisões judiciais.
Além de Eduardo, também foram presos um advogado e um policial. No total, a PF cumpriu três mandados de prisão e três de busca e apreensão na capital tocantinense. As ordens foram expedidas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela condução das investigações envolvendo autoridades com foro privilegiado.
De acordo com a PF, há indícios de que agentes públicos, advogados e operadores externos acessavam e repassavam informações sigilosas para beneficiar investigados, proteger aliados e dificultar ações policiais. As mensagens interceptadas indicam articulação para antecipar operações e construir redes de influência dentro do Judiciário.
Um dos principais elementos da investigação é um diálogo entre Eduardo Siqueira Campos e o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). Na conversa, o prefeito menciona que teria recebido informações antecipadas de João Otávio de Noronha, ministro do STJ, sobre uma operação da PF.
“Esse Noronha, há 15 ou 18 anos, ele me chamou em Brasília e falou para mim: ‘Siqueira, só para avisar ao teu pai que vão ser afastados quatro desembargadores’”, disse o prefeito em mensagem captada pela PF. Tanto Eduardo quanto Thiago negam envolvimento em qualquer irregularidade.
O Jornal Opção Tocantins entrou em contato com a Prefeitura de Palmas solicitando um posiconamento a respeito e aguarda resposta.
A operação
A Operação Sisamnes, iniciada em 2024, já foi realizada no Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Com base em novas evidências apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Zanin decidiu prorrogar o inquérito por mais 60 dias e reuniu a investigação com a Operação Máximus, que estava sob relatoria do ministro Noronha no STJ.