O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), se posicionou oficialmente nesta quarta-feira, 3, sobre as investigações da Polícia Federal relacionadas à aquisição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19, em que ele era deputado estadual.

Em nota, o prefeito afirmou que, à época, destinou emendas parlamentares, assim como os demais deputados, seguindo solicitação do Governo do Estado para atender famílias em situação de vulnerabilidade. Segundo ele, mais de 4 mil tocantinenses haviam perdido a vida na pandemia, e milhares de famílias enfrentavam situação de calamidade.

“O então deputado Eduardo Siqueira Campos requereu do Governo do Estado a comprovação da aquisição e da entrega das cestas, documentos que foram apresentados pelo próprio Executivo estadual”, destacou a nota. O prefeito reforçou que a atuação parlamentar se restringia à destinação dos recursos, sem qualquer interferência sobre o processo de compra ou distribuição das cestas, que seriam de responsabilidade exclusiva do governo estadual.

Eduardo Siqueira Campos também destacou o caráter de união da população tocantinense no enfrentamento da pandemia. “Naquele momento, não havia outra saída senão unir esforços para garantir o mínimo de dignidade às famílias”, diz a nota. O prefeito comparou ainda o esforço tocantinense com a recente mobilização nacional em solidariedade às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul.

Endereços alvos da PF

A manifestação de Eduardo Siqueira Campos ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao prefeito e também na Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) e no Palácio Araguaia, sede do governo estadual. As investigações da Operação Fames-19 já levaram ao afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e da primeira-dama Karynne Sotero por seis meses, por decisão do ministro Mauro Campbell, do STJ.

Entre 2020 e 2021, foram pagos R$ 97 milhões em contratos de cestas básicas e frangos congelados, dos quais a PF estima que mais de R$ 73 milhões possam ter sido desviados. Parte do recurso teria sido usada, segundo as investigações, para a construção de empreendimentos de luxo, compra de gado e despesas pessoais.

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