Espetáculo tocantinense celebra as mulheres quebradeiras de coco babaçu

22 setembro 2025 às 08h53

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Unindo cultura, arte e memória, a Cia de circo Trupe-Açu apresenta a peça “A Ciranda da Quebradeira”, uma palhaçada que leva ao Tocantins a identificação e a história das mulheres quebradeiras de coco babaçu para o mundo. A montagem realizada a partir dos recursos da Lei Aldir Blanc terá suas apresentações inéditas gratuitas, e ocorrerão nos dias 26, 27 e 28 de setembro na Comunidade Quilombola Barra da Aroeira, na Praça Joaquim Maracaípe no distrito de Taquaruçu e no Parque dos Povos Indígenas na região norte de Palmas.
A diretora e artista do espetáculo que protagonizará a palhaça Tapioca, Ester Monteiro, traz seu olhar e pesquisa artística da palhaçaria à obra, a Ciranda da Quebradeira partiu do objetivo de criar uma palhaçada em que o Tocantins pudesse se reconhecer. Por ser neta de quebradeira de coco, Ester ouviu diversas histórias de mulheres batalhadoras, e o projeto é uma forma de homenagear estas mulheres através da arte. “Esse projeto é uma forma de homenagear essas mulheres, de manter essa memória acesa e de falar sobre uma resistência que ainda acontece nos babaçuais do Tocantins, do Maranhão e de tantas outras regiões. Para mim, é também uma maneira de transformar essas histórias em arte, em poesia e em riso, sem nunca perder o fio da luta.”, relata.
A artista declara que a Ciranda da Quebradeira é uma palhaçada auto-identitária e reforça a força e a luta das quebradeiras, na qual define como uma palhaçada em que o público consiga se ver, reconhecer, rir e emocionar. “A palhaçada é esse espaço de rir, chorar, refletir e se deixar tocar, e eu acredito que ela precisa carregar essa leveza, mesmo quando fala de coisas duras. Quando digo “auto-identitária”, é porque vem de dentro, da minha história, da história da minha comunidade. É uma forma de palhaçada que não está deslocada, mas enraizada.”, explica Ester.
A obra leva ao palco uma narrativa sobre resistência, ancestralidade, cultura popular, reconhecimento de raízes e de histórias sociais e políticas, transitam entre humor, poesia, reflexão, festa e esperança.
Programação:
26 de setembro – Comunidade Quilombola Barra da Aroeira, Santa Tereza do Tocantins
27 de setembro – Praça Joaquim Maracaípe, Centro, Taquaruçu
28 de setembro – Parque dos Povos Indígenas, Plano Diretor Norte, Palmas
Trupe-Açu:
A Cia de Circo de Taquaruçu (TO), Trupe-Açu, foi criada em 2013 e iniciou sua trajetória com foco na arte mambembe e na cultura popular, lançando seu primeiro espetáculo em 2016. Atualmente, a companhia é formada por duas mulheres com vivências distintas, unidas pela pesquisa da comicidade como expressão e pela busca da emancipação feminina. A Trupe-Açu defende ideais feministas, valorizando os direitos das mulheres e das crianças, e tem como propósito levar ao público a mensagem de que o riso é uma potente ferramenta de transformação social.
*Mireia Carvalho cumpre estágio obrigatório por meio do convênio firmado entre o Jornal Opção e a Universidade Federal do Tocantins (UFT), sob supervisão de Elâine Jardim.