Filadélfia bloqueia trechos da TO-222 em protesto contra o desgaste das ruas causado pelo grande fluxo de caminhões
21 novembro 2025 às 11h49

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A poucos dias do prazo anunciado pelo Ministério dos Transportes para a entrega da nova ponte entre Tocantins e Maranhão, prevista para o final de novembro, o município de Filadélfia decidiu bloquear trechos da TO-222 nesta quinta-feira, 20.
A ação, feita pela própria prefeitura, ocorre justamente no momento em que o Governo Federal afirmou estaria concluindo a estrutura que substituirá a ponte da BR-226, destruída em dezembro de 2024.
O bloqueio marca um ponto de tensão que se arrasta há quase um ano: desde a queda da ponte, Filadélfia se tornou um dos principais corredores para o tráfego interestadual de caminhões e carretas. O desvio direcionou para dentro da cidade um fluxo diário que antes não passava por ali, alterou rotinas, aumentou o desgaste das vias e gerou um impacto que o município afirma não ter condições de suportar sozinho.
Prazo confirmado em coletiva
Durante coletiva de imprensa realizada no início deste mês, o ministro dos Transportes, Renan Filho, voltou a afirmar que a ponte será concluída até o fim de novembro e, “na pior hipótese”, no início de dezembro. A obra funciona como resposta emergencial ao acidente que deixou 14 mortos e três desaparecidos no final do ano passado.
Segundo o ministro, a reconstrução em tempo recorde é tratada como um marco institucional do Dnit. Renan Filho relembrou que o trabalho foi iniciado um dia após o colapso e afirmou que nenhuma ponte desse porte foi entregue tão rapidamente na história do órgão.
Enquanto isso, Filadélfia argumenta que a cidade chegou ao limite. O protesto desta quinta-feira bloqueou dois acessos principais: o que recebe veículos de Araguaína com destino ao Maranhão e o que atende motoristas que fazem o caminho inverso. Filas extensas se formaram e caminhoneiros também aderiram ao bloqueio.

Desde agosto, a prefeitura realiza vistorias e aponta que o tráfego intenso deixou marcas profundas na malha urbana. O município decretou estado de calamidade pública e, em outubro, a Defesa Civil local apresentou parecer listando danos em vias centrais como as avenidas Getúlio Vargas e Marechal Deodoro da Fonseca, além de ruas usadas como rotas alternativas e de manobra.
O prefeito David Bento (Progressistas) afirma que as ações paliativas, como tapa-buracos, não dão conta da demanda gerada pelo fluxo excepcional. “Filadélfia está pedindo o mesmo apoio que outras cidades receberam após a queda da ponte”, declarou.
O Jornal Opção Tocantins questionou o DNIT sobre o andamento das obras da ponte entre Tocantins e Maranhão, o cumprimento do prazo anunciado pelo ministro Renan Filho e a situação da rodovia em Filadélfia. Até o momento, o órgão se manifestou com a seguinte nota:
O DNIT esclarece que todos os compromissos estabelecidos no Acordo de Cooperação Técnica junto ao estado do Tocantins foram devidamente cumpridos.
Desde o incidente do colapso da ponte, o DNIT tem atuado de forma proativa nas rodovias estaduais afetadas, investindo mais de R$ 150 milhões na recuperação das rodovias TO-201, TO-126, TO-134 e TO-222, seguindo rigorosamente o planejamento de trabalho estabelecido.
As intervenções programadas para os municípios de Carolina -MA e Filadélfia -TO, estão em andamento, incluindo remendos superficiais e profundos, conforme prevê o plano de trabalho do DNIT. A autarquia enfatiza que todas as ações estão sendo realizadas em conformidade com os acordos firmados com as autoridades locais, garantindo total transparência durante todo o processo.Reiteramos que todas as ações previstas estão sendo implementadas, incluindo a operação 24 horas das balsas entre Estreito e Aguiarnópolis e a reconstrução da ponte, cuja data de inauguração permanece mantida.
O DNIT continua comprometido em cumprir suas obrigações de maneira transparente e eficiente, colaborando com todas as partes envolvidas. É importante ressaltar que, apesar de o DNIT estar atuando sob um Acordo de Cooperação Técnica, a jurisdição administrativa da rodovia TO-222 continua com o estado do Tocantins, uma vez que se trata de uma rodovia estadual. Questões relacionadas ao esquema de policiamento e às demais medidas de segurança devem ser direcionadas aos órgãos competentes, como as forças de segurança pública e a administração municipal.
O DNIT continua comprometido em cumprir suas obrigações de maneira transparente e eficiente, colaborando com todas as partes envolvidas.
A Prefeitura de Filadélfia também foi procurada para saber a duração do bloqueio.
