Mesmo após o anúncio da Petrobras de que o preço da gasolina vendida às distribuidoras cairia 4,9%, entre os dias 19 e 25 de outubro de 2025, os preços em Palmas e no Tocantins não apresentaram alterações significativas em comparação à semana anterior, de 11 a 18 de outubro.

De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana mais recente o preço médio da gasolina em Palmas manteve-se em R$ 6,60 por litro, com valor mínimo de R$ 6,57 e máximo de R$ 6,78. Já no estado do Tocantins, a média foi de R$ 6,51, variando entre R$ 5,85 e R$ 6,87. Em comparação, a média nacional registrou uma leve queda, passando de R$ 6,22 para R$ 6,20, com valores extremos de R$ 5,19 a R$ 9,19.

O ranking das capitais brasileiras coloca Palmas em 7º lugar entre as mais caras, atrás de Aracaju, Curitiba e Boa Vista, e acima da média nacional. O levantamento mostra ainda que Rio Branco e Manaus seguem como as capitais com a gasolina mais cara, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro se mantêm em posição intermediária, com preços médios próximos de R$ 6,02 e R$ 6,11, respectivamente.

Já no ranking dos estados, o Tocantins também fica acima da média nacional. Entre as 27 unidades da federação, o estado tem a oitava gasolina mais cara do país, empatado com Santa Catarina (R$ 6,36) e superando estados vizinhos como Goiás (R$ 6,40) e Mato Grosso (R$ 6,32). O Acre segue liderando o ranking, com R$ 7,49, enquanto o Piauí registra o menor preço médio do país, R$ 5,78. Confira os rankings abaixo. 

Comparando com a semana anterior, Palmas e o Tocantins não registraram variação.

Para o servidor público Gilberto da Costa Silva, falta fiscalização por parte dos órgãos competentes, o que, segundo ele, permite que empresários do setor lucrem cada vez mais sem repassar as reduções ao consumidor.

“Quando anunciam aumento, no dia seguinte o preço já sobe. Mas quando dizem que o valor caiu, os postos não baixam. Isso mostra que não há controle e quem paga a conta é sempre o trabalhador”, afirmou.

A estabilidade evidencia que, embora o preço nas refinarias tenha caído, os consumidores tocantinenses ainda não sentiram efeito na ponta. Caso o repasse fosse integral, o preço médio em Palmas poderia cair para aproximadamente R$ 6,46, mas ainda permaneceria entre as capitais mais caras do país.

Queda pode depender de vários fatores

A estatal informou que a redução de 4,9% no preço para distribuidoras equivaleria a uma queda de R$ 0,14 por litro, levando o preço médio para R$ 2,71. Porém, especialistas alertam que o repasse ao consumidor depende das distribuidoras e dos estoques dos postos, podendo ocorrer de forma gradual ou nem se concretizar totalmente. Segundo o economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo, apenas cerca de 30% do preço final da gasolina é definido pelo valor da Petrobras, sendo que impostos, custo do etanol e margens de distribuição e revenda formam o restante do valor pago na bomba.

Procon diz que monitora situação 

Em nota ao Jornal Opção Tocantins, Procon informou que está monitorando de forma rigorosa os preços dos combustíveis no estado após o anúncio da Petrobras, que reduziu em 4,9% o valor da gasolina vendida às distribuidoras desde o dia 21 de outubro.

Como parte da fiscalização, o órgão notificou diversos postos de combustíveis em Palmas e pretende estender a ação a outros municípios tocantinenses. Os estabelecimentos terão 48 horas para apresentar as notas fiscais de compra da gasolina comum e aditivada referentes ao período de 2 a 29 de outubro, com o objetivo de verificar se a redução aplicada pela Petrobras está sendo repassada de forma proporcional aos consumidores.

O Procon também destacou a importância da participação da população nesse processo. Consumidores que identificarem aumentos injustificados ou falta de repasse das reduções anunciadas podem registrar denúncia pelo WhatsApp (63) 9 9216-6840.

Sindiposto diz não interir no preço praticado 

O presidente do Sindiposto Tocantins, Wilber Silvano de Souza Filho, explicou que o sindicato não tem ingerência sobre os preços praticados pelos postos de combustíveis, uma vez que o Brasil adota o regime de liberdade de preços, permitindo que cada revendedor defina seus valores de acordo com seus custos e com a concorrência local.

Ele ressaltou que a redução de 4,9% anunciada pela Petrobras se refere apenas à gasolina A — o produto vendido às distribuidoras —, enquanto o preço final ao consumidor é formado por diversos outros fatores, como a adição de etanol anidro, custos logísticos, tributos e despesas operacionais. Além disso, lembrou que uma parte significativa do combustível comercializado no país é importada, o que mantém a influência do mercado internacional sobre os valores do varejo.

Wilber também observou que, desde que a Petrobras deixou de seguir critérios fixos vinculados ao mercado externo, tanto revendedores quanto consumidores passaram a ter menos previsibilidade sobre reajustes e reduções, o que torna o setor dependente das práticas das distribuidoras e dificulta o entendimento sobre as variações de preços.

O Sindiposto Tocantins, segundo ele, permanece à disposição para esclarecer dúvidas e colaborar com informações que garantam transparência na formação dos preços de combustíveis.