No Tocantins, operação mira motociclistas que praticam ‘grau’ em vias públicas e compartilham vídeos nas redes sociais

11 setembro 2025 às 11h12

COMPARTILHAR
Mais de 80 policiais participaram nesta quinta-feira, 11, da Operação “Rolezinho 244”, ação da Polícia Civil do Tocantins em parceria com a Polícia Militar, a Polícia Penal e a Perícia Científica, voltada a desarticular grupos que realizam manobras perigosas, conhecidas como “grau”, em vias públicas e divulgadas nas redes sociais.
Foram cumpridos 50 mandados judiciais nas cidades de Augustinópolis, Praia Norte, Sampaio, São Miguel do Tocantins, Araguatins e Buriti do Tocantins: 20 de prisão temporária, cinco de internação provisória de adolescentes e 25 de busca e apreensão domiciliar.
O delegado Jacson Wutke, coordenador da operação, destacou que as condutas investigadas representam riscos concretos à vida, para ele são manobras ilegais e irresponsáveis, realizadas sem autorização em vias públicas de grande circulação, transformando ruas e avenidas em pistas improvisadas.
Investigação e medidas cautelares
As investigações apuram crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro e no Código Penal, como condução sem habilitação, entrega de veículo a pessoa não habilitada, exibição não autorizada de manobras, apologia ao crime nas redes sociais e adulteração de sinais identificadores de veículos, incluindo supressão de placas de motocicletas.
A Vara Criminal de Augustinópolis determinou medidas cautelares para impedir a continuidade das práticas ilícitas: suspensão imediata de perfis e conteúdos nas redes sociais, proibição de criar novas contas ou usar perfis de terceiros, e suspensão do direito de dirigir ou de obter habilitação pelo prazo mínimo de 12 meses para os 25 investigados.
Durante a operação, a Perícia Científica realizou exames nos locais de apreensão para identificar adulterações e preservar provas. A Polícia Militar lavrou autos de infração administrativa, enquanto a Polícia Penal conduziu os presos às unidades prisionais competentes.

Acidentes e riscos reais
Casos recentes mostram as consequências das manobras. Em junho, em Araguaína, Daiane Alves da Silva, de 44 anos, morreu atropelada por um motociclista que realizava “grau” enquanto atravessava a faixa de pedestres.
As investigações seguem para identificar eventuais participantes ainda não alcançados. Os presos foram encaminhados à Unidade Prisional de Araguatins, onde permanecem à disposição da Justiça.