Prefeitura de Palmas já teve ao menos 20 trocas no primeiro escalão desde afastamento de Eduardo Siqueira Campos

16 julho 2025 às 15h36

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Desde que o prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) foi afastado do cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 27 de junho, a gestão de Palmas vive uma série de mudanças estruturais. Em menos de três semanas, o prefeito interino Carlos Eduardo Batista Velozo (Agir) já promoveu ao menos 20 trocas no primeiro escalão da administração municipal, alterando o comando de secretarias estratégicas, órgãos e chefias de gabinete.
As primeiras exonerações ocorreram no dia 1º de julho, quando Carlos Velozo exonerou Carlos Antônio da Costa Júnior, então secretário-chefe do Gabinete do Prefeito, e Renato de Oliveira, procurador-geral do Município. A decisão gerou surpresa e desgaste político, já que Velozo havia prometido manter o secretariado. Carlos Júnior, aliado histórico da família Siqueira Campos, criticou publicamente a mudança e anunciou que se dedicaria à defesa de Eduardo Siqueira.
No dia seguinte, 2 de julho, o ex-senador Vicentinho Alves, então secretário extraordinário de Representação em Brasília, pediu exoneração voluntária e reafirmou apoio a Eduardo. No mesmo Diário Oficial, também foram publicadas as exonerações de Marlen Ribeiro Rodrigues, da Secretaria de Habitação, e André Luís Nunes Cavalari, presidente da Fundação Escola de Saúde Pública (Fesp). Os três nomes fazem parte do grupo político de Vicentinho Júnior (PP), que optou por retirar sua base da gestão interina.
Ainda em 2 de julho, Fábio Bernardino da Silva, vice-presidente nacional do Agir, foi nomeado secretário-chefe de Gabinete, embora não tivesse qualquer vínculo anterior com Carlos Velozo. A escolha foi atribuída a pressões do partido. Bernardino ficou apenas dois dias no cargo. No dia 4 de julho, foi transferido para a Secretaria Extraordinária de Representação em Brasília, vaga deixada por Vicentinho Alves.
Com a saída de Marlen da Habitação, a secretária executiva Patrícia Macena Lino passou a responder interinamente pela pasta. No mesmo período, o ex-presidente da ATCP Eliezer Moreira de Barros foi nomeado como chefe de gabinete da Habitação, no lugar de Elaine Rocha Chaves.
No dia 4 de julho, Carlos Velozo nomeou o engenheiro civil Jandir Cardoso de Vasconcelos como novo secretário de Habitação. A nomeação marcou o avanço do grupo ligado ao deputado federal Filipe Martins (PL) e ao seu pai, o pastor Amarildo Martins, da Assembleia de Deus.
Outras mudanças ocorreram no núcleo do Gabinete. Em 9 de julho, o prefeito interino nomeou Alex Seiki Kawano como assessor parlamentar redistribuído à Representação em Brasília. Também foram nomeados Lucimara Pereira Menezes, Ana Karita Mascarenhas Medeiros Gosik, Raimundo Nonato da Silva, Adoneide Rodrigues Lima, Priscila de Sousa Leitão Batista, Rebecca da Silva Pereira e Marta Regina Benosse para funções comissionadas no gabinete municipal.
As mudanças continuaram no dia 10 de julho, quando Júlio César do Prado Domingos foi nomeado novo secretário municipal de Comunicação, em substituição a Élcio de Souza Mendes, que havia atuado durante a gestão Eduardo Siqueira. Na mesma data, Warley Marques Rodrigues de Lima assumiu como novo secretário-chefe de Gabinete, substituindo Fábio Bernardino. Também foi nomeado Márcio Roberto Freire de Abreu Costa para a presidência da Fesp, no lugar de André Cavalari.
Já no dia 15 de julho, uma nova leva de mudanças ampliou a reorganização. Foram exonerados Sérgio Vieira Marques (Soró), secretário de Governo e braço direito de Eduardo Siqueira Campos; André Fagundes Cheguhem, da Secretaria de Planejamento; e Paulo Cezar Monteiro da Silva, da Infraestrutura. Para os lugares vagos, foram nomeados Fábio Batista Velozo, irmão do prefeito interino, para o Planejamento; Jandir Cardoso, remanejado da Habitação para a Infraestrutura; e a secretária executiva Patrícia Macena Lino voltou a acumular interinamente a função na Habitação.
Com as trocas, já são pelo menos 20 alterações na cúpula da gestão municipal, numa clara reconfiguração do poder na capital. Enquanto aliados de Eduardo Siqueira e Vicentinho Júnior deixam a administração, ganham força figuras ligadas ao Agir, à Assembleia de Deus e ao grupo religioso Monte Sião, que emplacaram nomes como Priscila Alencar Veríssimo (nova procuradora-geral do Município, sobrinha de Dalide Corrêa).