Tocantinópolis suspende regime semiaberto, enquanto Paraíso reforça segurança após atentado em frente presídio

24 setembro 2025 às 09h52

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O ataque a tiros ocorrido no dia 17 de setembro, em frente à Unidade Prisional Regional de Paraíso do Tocantins, que resultou na morte de dois detentos e deixou outros três feridos enquanto aguardavam o recolhimento no regime semiaberto, levou a duas respostas diferentes de autoridades municipais e estaduais em relação à segurança no entorno e à rotina da unidade.
De um lado, em Paraíso do Tocantins, a Justiça determinou uma série de medidas emergenciais. A juíza da Vara Criminal, Renata do Nascimento e Silva, expediu ofícios solicitando à Prefeitura a interdição da via pública em frente ao presídio durante os horários de recebimento dos internos do semiaberto, de modo a reduzir a vulnerabilidade dos apenados expostos na rua no momento da entrada na unidade.
Também foi pedida ao 8º Batalhão da Polícia Militar a intensificação do policiamento ostensivo no local, com viaturas e efetivo durante o horário de chegada dos detentos (18h30 às 19h30), até a conclusão das investigações sobre o ataque.
Além disso, a magistrada reiterou à Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) a urgência de providências quanto ao bodyscan quebrado há quase um ano, apontando que a falta do equipamento contribui para a lentidão no ingresso de presos e aumenta os riscos de vulnerabilidade
Já em outro município sob a mesma jurisdição prisional, a medida tomada foi mais drástica: a suspensão definitiva do regime semiaberto, conforme decisão judicial que determinou o encerramento dessa modalidade na unidade local.
O Sindicato dos Policiais Penais do Tocantins (Sindippen-TO) afirmou que o atentado mostra a necessidade de estrutura adequada para o cumprimento do regime semiaberto. De acordo com a entidade, unidades improvisadas expõem presos, policiais e a comunidade a riscos. O sindicato também defende a adoção da monitoração eletrônica como alternativa ao recolhimento noturno em prédios sem condições de segurança. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já ajuizou ação civil pública apontando a falta de infraestrutura nas unidades prisionais do Estado.
Já a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) informou que Seciju destacou que equipes especializadas foram deslocadas para reforçar a segurança e auxiliar nas investigações, que continuam em andamento, sem definição sobre autoria ou motivação do crime.