Tocantins é contemplado em programa federal que vai recuperar áreas degradadas da Amazônia

O Tocantins está entre os estados que vão receber recursos do Fundo Amazônia para a recuperação de áreas degradadas em assentamentos rurais. O estado faz parte de um dos três blocos regionais do programa Restaura Amazônia, que vai investir R$ 150 milhões em 17 projetos voltados à transformação de áreas degradadas em florestas produtivas.

A seleção dos projetos foi anunciada nesta quinta-feira (16), em Brasília, pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). O Tocantins compõe a segunda macrorregião, ao lado do Mato Grosso, que terá R$ 46 milhões disponíveis para execução das iniciativas.

Os projetos do programa visam recuperar 4,6 mil hectares na região conhecida como Arco do Desmatamento, que se estende do leste do Maranhão até o Acre, beneficiando cerca de 6 mil famílias em 80 assentamentos. O foco é promover o desenvolvimento sustentável por meio do cultivo de espécies nativas como açaí, cacau, dendê e cupuaçu, que, segundo o ministro do MDA, Paulo Teixeira, podem ser mais rentáveis que a soja ou a pecuária.

“O reflorestamento com espécies produtivas mostra que a floresta em pé pode ter mais valor do que a sua derrubada. É uma nova lógica econômica para a Amazônia”, afirmou o ministro.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que a restauração produtiva deve gerar emprego e renda sem depender de espécies exóticas. “Estamos mostrando que é possível um novo ciclo de prosperidade com florestas produtivas e nativas”, disse.

Os recursos do Fundo Amazônia, que são não reembolsáveis, foram captados a partir de doações internacionais, baseadas nos resultados das políticas brasileiras de combate ao desmatamento e às emissões de gases do efeito estufa.

Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do fundo, este é um dos editais do programa Restaura Amazônia. Ao todo, serão R$ 450 milhões em investimentos voltados à recuperação da cobertura vegetal do bioma, incluindo também terras indígenas e unidades de conservação.

Durante o evento, Campello também anunciou o programa Caminhos Verdes, que vai destinar R$ 146 milhões ao Incra para ações de regularização fundiária em 33 assentamentos rurais da Amazônia Legal, incluindo áreas do Tocantins.

Os projetos contemplados pelo Restaura Amazônia terão 48 meses para execução, sendo metade do tempo dedicada à implantação e a outra metade ao acompanhamento dos resultados.

Atualmente, segundo o MMA, o Brasil já recuperou 6 milhões dos 12 milhões de hectares previstos na meta nacional de restauração ambiental.