Tocantins é o único estado do país a cumprir meta da vacina BCG por 24 anos seguidos, aponta Anuário

10 julho 2025 às 15h51

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Entre os estados brasileiros, o Tocantins foi o único a atingir, de forma contínua entre os anos de 2000 e 2024, a meta de cobertura vacinal da BCG estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Os dados constam no Anuário VacinaBR 2025, elaborado pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base em informações do Ministério da Saúde (MS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o Programa Nacional de Imunizações (PNI), a meta de cobertura para a BCG é de 90% da população-alvo. No Tocantins, a cobertura da vacina se manteve, em sua maioria, acima de 100% durante os 24 anos analisados. A vacina BCG é aplicada em dose única e tem como finalidade proteger contra formas graves de tuberculose. Conforme o calendário de vacinação infantil, deve ser administrada ao nascer ou até os cinco anos de idade, sendo possível a aplicação em qualquer faixa etária para aqueles que ainda não receberam a dose.
“Esses dados mostram o compromisso do Governo do Tocantins com a imunização, que gera impactos positivos em toda a rede de saúde”, ressalta o secretário de Estado da Saúde, Carlos Felinto.
Embora os dados mais recentes ainda não estejam consolidados no Anuário de 2024, a Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO) informa que mais de 72 mil doses do imunizante foram distribuídas no Tocantins, resultando em uma cobertura vacinal de 107,94%. “Nós alcançamos esses resultados com os esforços de todos os trabalhadores de saúde envolvidos. A BCG é a primeira vacina do calendário, aplicada logo após o nascimento do bebê. É também em dose única, por isso não enfrenta o abandono do esquema vacinal, então é uma imunização que nos empenhamos muito para que seja alcançada para toda a população e estamos felizes com esse avanço”, destaca a diretora das Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis da SES/TO, Gisele Luz.
Os percentuais de cobertura vacinal da BCG no Tocantins entre 2000 e 2023, de acordo com o Anuário VacinaBR 2025, foram: 2000 – 119,1%; 2001 – 120,7%; 2002 – 117,4%; 2003 – 109,1%; 2004 – 109,3%; 2005 – 110,9%; 2006 – 111,6%; 2007 – 109,1%; 2008 – 103,4%; 2009 – 102,5%; 2010 – 101,3%; 2011 – 100,5%; 2012 – 99,6%; 2013 – 91,3%; 2014 – 98,0%; 2015 – 102,3%; 2016 – 103,1%; 2017 – 105,8%; 2018 – 97,0%; 2019 – 114,6%; 2020 – 96,5%; 2021 – 93,2%; 2022 – 124,6%; 2023 – 91,1%.
“O Tocantins, ao conseguir manter essa cobertura vacinal da BCG adequada durante 24 anos, mostra que é possível garantir essa proteção à infância. É uma vitória da gestão pública, dos profissionais de saúde e das famílias tocantinenses, que mostram que acreditam na potência e na eficácia das vacinas. É um grande exemplo a ser seguido, isso tudo contribui diretamente para o controle da tuberculose no nosso estado”, enfatiza a gerente de Imunização e Doenças Imunopreveníveis da SES/TO, Diandra Sena.
Moradora do estado, a administradora Luciana Gomes afirmou ter contribuído com a estatística. “Tenho dois filhos, de quatro e de um ano, e todos devidamente vacinados com a BCG e as demais que são disponibilizadas pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. Sei que isso os mantém saudáveis e livres de várias doenças”, expressou.
“Com quatro dias de nascido, levamos o nosso bebê para tomar a vacina BCG, porque é importante se imunizar. É essencial deixar atualizada a carteira de vacinação do bebê, pois isso além de muito importante, nos deixa mais tranquilos com essa proteção”, evidencia Taysa Moura, esposa de Lucas Oliveira, que vacinou o bebê Murilo Moura, no Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos (HMDR).
Destaque em 2023
O levantamento também mostra que o Tocantins obteve resultados acima da média nacional em 2023 com a vacina pneumocócica 10-valente, que previne cerca de 70% das formas graves de infecção por dez sorotipos de pneumococos em crianças. Junto a Rondônia, o estado alcançou a meta de 95% de cobertura vacinal na aplicação da primeira dose. O Tocantins, no entanto, foi o único a manter-se dentro da meta também na segunda (93,6%) e terceira dose (91,2%).