Violência contra médicos cresce e Tocantins registra 24 casos em 2024

02 junho 2025 às 16h36

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Doze médicos são vítimas de violência todos os dias no Brasil. A informação faz parte de um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que revelou a ocorrência de 4.562 boletins de ocorrência registrados no país em 2024, denunciando crimes como ameaça, agressão física, injúria, desacato e até furto em ambientes de saúde.
No Tocantins, ao longo do ano passado, foram registrados 24 boletins de ocorrência relacionados a episódios de violência contra médicos em estabelecimentos de saúde públicos e privados, como hospitais, clínicas, consultórios, postos de saúde e laboratórios.
O relatório aponta ainda que o Tocantins está entre os oito estados brasileiros em que o número de médicas vítimas de violência superou o de médicos. Além do estado, essa situação foi registrada em Acre, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Roraima. No total, 18 unidades da federação enviaram informações discriminadas por sexo das vítimas.
O estudo revela que a maior parte das ocorrências ocorreu no interior dos estados, somando 2.551 registros, o equivalente a 66% do total nacional. Já as capitais contabilizaram 1.337 casos, o que representa 34% das notificações. Os autores dos crimes são, em sua maioria, pacientes, familiares ou pessoas sem vínculo com os profissionais de saúde. Casos motivados por desentendimentos pessoais ou cometidos por colegas de trabalho, embora em número reduzido, também foram registrados.
Outro dado que chama atenção é o aumento da violência virtual contra médicos. Em 2024, 256 boletins de ocorrência foram feitos por crimes de calúnia, injúria, difamação e ameaça praticados pela internet, seja em redes sociais ou aplicativos de mensagens.
Segundo o presidente do CFM, José Hiran Gallo, desde 2013 a entidade já contabilizou quase 40 mil casos de violência contra médicos. “É fundamental que a sociedade e os gestores públicos encarem esse problema com seriedade. A segurança dos profissionais da saúde é condição básica para garantir um atendimento de qualidade à população”, afirmou.
Para enfrentar o problema, o CFM defende a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas para quem agredir médicos em serviço e articula a criação de delegacias especializadas em crimes contra a saúde em todo o país.
Os dados foram obtidos pelo Conselho junto às Polícias Civis das 27 unidades da federação, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Tocantins, diferentemente de estados como Amapá, Paraíba e Rondônia, enviou os dados completos referentes a 2024.