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Fatalidade
Jovem de 18 anos morre e quatro pessoas ficam feridas em acidente na TO-222, em Araguaína

Segundo informações da Polícia Militar, a colisão envolveu um carro de passeio e uma caminhonete

Saneamento Básico
Riscos à potabilidade da água no Rio Tocantins após tragédia são baixos, mas requerem atenção, diz ANA

Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico divulgou nesta terça-feira, 24, uma nota oficial abordando as consequências do acidente da ponte sobre a BR-226

Fuga
Justiça mantém ex-governador Mauro Carlesse preso após negar sétimo pedido de liberdade

STJ mantém prisão de Mauro Carlesse por suspeitas de desvio de recursos e tentativa de fuga para o exterior

Meio Ambiente
MPTO apura impactos ambientais e sociais do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek

Procedimento foi aberto para monitorar consequências ambientais, sanitárias e logísticas do desastre ocorrido no rio Tocantins

Bastidores
Governador do Tocantins é alvo de críticas após postagem considerada insensível sobre tragédia na ponte JK

Publicação já apagada foi criticada por cidadãos, políticos e autoridades

Reorganização
Tocantins reorganiza fiscalização e reforça segurança sanitária após desabamento de ponte

Trânsito no trecho era de 2.100 veículos por dia 

Acidente
Desabamento de ponte entre Tocantins e Maranhão deixa quatro vítimas fatais e 13 desaparecidos

Caminhões com ácido sulfúrico foram encontrados intactos ainda na segunda-feira

Recuperação
Dnit diz que tinha contrato de manutenção da ponte Juscelino Kubitschek na BR-226 até 2026; autoridades declaram apoio às vítimas

Dnit disse que iniciou sindicância e declarou situação de emergência após desabamento da ponte que liga Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO); governo e entidades oferecem solidariedade e apoio jurídico às vítimas

Queda de ponte entre Tocantins e Maranhão escancara descaso de governos com a região Norte e Nordeste

A tragédia ocorrida na Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, que liga os estados Tocantins e Maranhão, inaugurada ainda durante o governo de JK, há mais de seis décadas, representa mais um capítulo em uma história de descaso e negligência com o Norte e Nordeste do Brasil. O colapso da estrutura, que resultou na morte confirmada de uma pessoa e no desaparecimento de pelo menos 16 outras, evidencia uma tragédia evitável e, pior, anunciada há décadas.

O desabamento da ponte na véspera das festas de Natal e Ano Novo torna essa tragédia ainda mais dolorosa. As vítimas e desaparecidos não eram apenas números, mas pais, mães, filhos e amigos que tinham lares para voltar, mesas para compartilhar e famílias que os aguardavam para celebrar mais um ano. Em uma época em que muitos se reencontram após anos de distância, essa tragédia transforma o que deveria ser um momento de união e alegria em um cenário de perda, incerteza e dor.

Submersos nas águas do Rio Tocantins, além de vidas, estão veículos carregados de substâncias perigosas, como ácido sulfúrico e agrotóxicos, que colocam em risco a saúde e a subsistência de pelo menos 1 milhão de pessoas dos dois estados. Os efeitos dessa contaminação já são sentidos: o abastecimento de água foi suspenso em diversas cidades, e o consumo do rio foi desaconselhado pelos estados.

A precariedade da infraestrutura não deveria ser uma surpresa; especialistas e usuários apontavam, há anos, a necessidade de reparos na ponte, uma obra essencial e abandonada pelo poder público federal. Conforme a população do Bico do Papagaio, o único reparo que a ponte teve ocorreu no segundo mandato do presidente Lula. A população reafirmou que não há histórico de manutenções antes ou depois desse período.

Além do impacto regional, a tragédia ecoa um cenário nacional de desigualdade: quando desastres semelhantes ocorrem no Sul e Sudeste, a mobilização política, os recursos e a cobertura midiática são imediatos e abrangentes. Entretanto, os problemas enfrentados pelo Tocantins e Maranhão parecem relegados ao esquecimento. A resposta tardia destaca o que moradores do Norte e Nordeste já sabem há anos: suas vidas têm menos peso no tabuleiro político do Brasil.

Agora, além das buscas pelos desaparecidos e da remoção dos escombros e veículos submersos, é imperativo que a reconstrução da ponte venha acompanhada de garantias concretas de segurança, manutenção e monitoramento. Mais do que nunca, a população exige que essa tragédia sirva de marco para uma nova postura em relação à infraestrutura nas regiões Norte e Nordeste — uma dívida histórica que o país não pode mais ignorar.