O afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem gerado muitas discussões políticas no Tocantins. Enquanto na Assembleia Legislativa do Estado (Aleto) o tema não é tratado claramente, é na Câmara Municipal de Palmas que o debate ganhou protagonismo nesta quarta-feira,10, com discursos inflamados e acusações diretas entre vereadores.

O vereador Carlos Amastha (PSB), que protocolou o pedido de impeachment contra Wanderlei, utilizou a tribuna para criticar o afastamento e questionar a possibilidade de seu retorno, reforçando a urgência de definir o futuro político do estado.

“É, um afastamento que foi declarado por unanimidade pelos ministros do STJ e ainda com parecer favorável do Ministério Público Federal da Procuradoria Geral da República é praticamente impossível reverter. Por isso, por isso eu acho que esse impeachment deve acontecer o mais rápido possível, porque esse estado não aguenta um governador afastado por 6 meses e um governador em exercício 6 meses e toda aquela sensação de vai voltar ou não”, disse.

Amastha ainda defendeu estabilidade política e criticou a sensação de impunidade que, segundo ele, persiste em gestões anteriores.

“A gente espera que o governador Laurez faça a diferença… E estabilidade para esse estado, né, gente? Chega, chega de cair governador e sempre pelos mesmos motivos. Onde que fica esse sentimento de impunidade, minha gente? Será que acham que nada acontece? A justiça tarda, mas a justiça chega”, declarou.

Resposta

Em resposta, o vereador Wilton do Zé Branquim (PP), segundo secretário da Casa de Leis, acusou Amastha de inconsistência política e de ignorar problemas em sua própria gestão, incluindo os R$ 100 milhões do PrevPalmas.

“Vossa excelência está falando aqui de ministros do STF, e pelo simples fato de ter caído na mão do Fachin, significa que não há possibilidade do retorno do governador Wanderlei Barbosa. E quando vossa excelência menciona corrupção dos governadores que caíram, esqueceu de falar da sugestão que foram 100 milhões do PrevPalmas. Então, antes de falar de corrupção de alguém, acho que vossa excelência tinha que falar um pouco da sua gestão”, comentou.

Zé Branquim ainda questionou a coerência política de Amastha: “Eu estou vendo, assim como o vereador Walter Viana esses dias falou, que o senhor vive de conveniência. Hoje o senhor está aqui, hoje o senhor está ali e parece que não tem lado”, questionou.

Impeachment do prefeito

Amastha rebateu acusando Zé Branquim de tentar patrocinar o impeachment do prefeito Eduardo Siqueira Campos quando ele foi preso e afastado, no final de junho deste ano.

“O senhor estava ligando para vários vereadores para patrocinar o impeachment do prefeito Eduardo Siqueira Campos quando ele foi preso e afastado. Eu sou homem de palavra, honesto, e nunca fiz nada contra o mandato do nosso prefeito. Então, lave a boca e o senhor vai responder pelo que fala”, disparou.

Na resposta, Zé Branquim afirmou que jamais teria ligado para vereadores em relação a tratativa sobre impeachment do prefeito de Palmas.