Calmaria no olho do furacão, Polyanna Siqueira cresce durante turbulência política na Capital

22 julho 2025 às 15h25

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Enquanto Eduardo Siqueira Campos (Podemos) era arrastado pelo vendaval judicial que tomou Palmas no fim de junho, numa tempestade que durou 20 dias, foi Polyanna Siqueira Campos quem ficou de pé. Não por heroísmo. Mas por uma dessas posturas que não se ensina na escola nem se aprende com marketing político: a de quem acredita, defende e mantém o motor funcionando mesmo quando a estrutura parece querer desabar.
Filha de gente pioneira, formada em Letras, mãe de três, secretária de Assistência Social e, no vácuo da crise, também porta-voz do prefeito, da família e, para muitos, da própria gestão do marido. Em um momento de silêncio oficial, foi a voz de Polyanna que ecoou nas redes. Com vídeos serenos, discursos de fé e firmeza. Ela não só manteve o time unido, como serviu de âncora emocional num governo temporariamente órfão.
Nada de improviso. A atuação dela não nasceu do acaso. Já vinha sendo construída desde a campanha. A imagem de mulher empática, engajada e sempre próxima das comunidades não era mero acessório, era parte do projeto. A diferença é que, com o afastamento de Eduardo, essa imagem deixou o bastidor e assumiu o protagonismo.
Enquanto o vice-prefeito Carlos Velozo ocupava, com discreta desenvoltura, a cadeira principal e dava seus próprios passos políticos, Polyanna se tornava o elo entre o que Eduardo construiu e o que poderia desmoronar. Manteve viva a chama entre os fiéis, tanto os políticos quanto os eleitores, e se tornou símbolo de resistência para a militância.
E quando a decisão de Cristiano Zanin reconduziu Eduardo à cadeira de prefeito, foi dela também a palavra final nas redes: “A felicidade não cabe no peito”. Uma frase carregada de alívio e um tanto de recado.
Mais que suporte, Polyanna virou símbolo. Há quem diga que ela saiu mais forte da crise do que o próprio Eduardo. Há quem aposte que essa força pode se traduzir em votos. Uma vice em 2026? Já era cogitada antes. Agora, talvez, o burburinho vire plano.
É cedo para prever. Mas uma coisa é certa: enquanto Eduardo foi ausência, Polyanna foi presença. Não pediu protagonismo. Mas também não deixou que o enredo terminasse sem ela.