Prefeito interino de Palmas é chamado para reunião com vereadores durante recesso; impeachment não teria sido debatido

Em pleno recesso parlamentar, o prefeito interino de Palmas, Carlos Eduardo Velozo (Agir), foi chamado à Câmara Municipal para uma conversa com vereadores na noite desta segunda-feira, 7 . A reunião, ocorrida longe dos holofotes e sem divulgação oficial, gerou especulações sobre a real pauta do encontro, especialmente diante do afastamento de Eduardo Siqueira Campos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em vigor desde o fim de junho.

Parlamentares ouvidos pela reportagem, sob condição de anonimato, negam que o objetivo tenha sido discutir um possível processo de impeachment. Segundo eles, o foco principal da conversa teria sido a falta de diálogo entre os Poderes. “Não foi nada sobre afastamento. A gente quer saber por que não há comunicação”, afirmou um dos vereadores.

No entanto, nos bastidores, o desconforto existe. Antes mesmo da chegada de Velozo ao encontro, um parlamentar chegou a comentar a possibilidade de um processo de impeachment, mas rapidamente o assunto foi abafado, sobretudo na presença do prefeito interino.

De acordo com relatos colhidos pela reportagem, Velozo também foi chamado para uma espécie de prestação de contas informal. A reunião, segundo alguns participantes, teria sido uma tentativa de acalmar os ânimos e oferecer explicações sobre as primeiras ações da sua gestão. Era a primeira conversa direta entre o prefeito interino e o conjunto dos vereadores desde que ele assumiu o comando da cidade.

Apesar do discurso público de neutralidade, há incômodo com o ritmo das mudanças promovidas por Velozo na estrutura da Prefeitura. A troca de nomes em cargos estratégicos, e nas demais estruturas, muitos deles ligados a indicações políticas feitas ainda na gestão de Eduardo, tem gerado episódios de insatisfação entre os parlamentares.

“Ele (Velozo) está mexendo, sim. E isso pode bater direto com as tratativas feitas com Eduardo”, revelou um vereador, em reserva.