A exoneração de Carlos Antônio da Costa Júnior, secretário-chefe de Gabinete de Eduardo Siqueira Campos, foi um dos primeiros atos de Carlos Velozo ao assumir interinamente a Prefeitura de Palmas, durante o afastamento judicial do titular. Homem de confiança do prefeito e articulador de sua agenda política, Carlos Júnior acumulava influência e mantinha relação conturbada com o vice.

Relatos de bastidores indicam que Carlos Júnior restringia o acesso de Velozo ao chefe do Executivo e evitava que determinadas informações chegassem ao prefeito. A convivência entre os dois se resumia a contatos formais. A exoneração, tão logo Velozo assumiu, expôs o desgaste pré-existente.

Um episódio de 2024 ajuda a medir o peso político do chefe de gabinete: sua nomeação foi anunciada durante um culto da Assembleia de Deus Madureira, presidido pelo pastor Amarildo Martins, tio do próprio Carlos Velozo. À época, o gesto parecia selar uma aliança. Hoje, o mesmo espaço é identificado com a ala que se distanciou do núcleo político de Eduardo.

Após decisão do STF, Eduardo reassumiu o cargo e devolveu a Carlos Júnior o comando do gabinete. Reintegrou também outros nomes exonerados por Velozo. Nos bastidores, aliados afirmam que o chefe de gabinete pressionou pelo corte total dos indicados do vice, mas o prefeito segurou parte dos cargos. “Só o básico”, disse um interlocutor da gestão. A convivência institucional permanece, mas a ruptura política é tratada como consumada.