Exonerações sinalizam estratégia de Laurez para ampliar base política

21 setembro 2025 às 13h34

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Depois de sinalizar que não faria cortes em massa, o governador em exercício Laurez Moreira (PSD) cedeu aos ofícios da política, abriu espaço para suas bases e promoveu, de uma só vez, 229 exonerações no governo interino, além daquelas que já vinham sendo publicadas em doses menores no Diário Oficial. O impacto alcançou órgãos estratégicos como a Ageto, Detran, Ruraltins e Naturatins, atingindo diretorias, chefias e superintendências.
Embora o governo possa justificar as exonerações como medida de contenção de despesas, interlocutores avaliam que a movimentação não é apenas administrativa: ela abre espaço para acomodar aliados e costurar apoios políticos. No comando do Estado de forma provisória, Laurez precisa transformar cargos em construção política e, assim, ganhar mais lastro para o cenário que se desenha para 2026. A caneta, neste momento, é o ativo mais valioso do governador interino.
Na formação dessa base, Laurez conta com a aproximação de grupos políticos expressivos no Tocantins. Entre eles, os Abreu, com a ex-senadora Kátia, o senador Irajá e pré-candidato a deputado federal Iratã. Também estão na sua órbita os ex-prefeitos de Palmas, Raul Filho e Cinthia Ribeiro; além do grupo do pastor Amarildo Martins, que reúne o deputado federal Filipe Martins (PL), filho do pastor, e o vice-prefeito de Palmas, Carlos Velozo (Agir).
Soma-se ainda o grupo do deputado federal Tiago Dimas (Podemos), que tem seu pai, Ronaldo Dimas, no comando da Secretaria de Planejamento. Outro nome com espaço de destaque é o ex-deputado federal César Halum, nomeado secretário da Agricultura. Deputados como Gutierrez Torquato, sobrinho do governador, também integram o arco de apoios que cercam Laurez neste momento.