A declaração do senador Eduardo Gomes nesta segunda-feira, 22, em Araguaína, de que Wanderlei Barbosa (Republicanos) “não foi cassado, apenas afastado” e que “a soberania do voto precisa ser respeitada”, acendeu reações imediatas. O tom de defesa foi interpretado como um gesto claro de apoio ao governador afastado por aliados de Wanderlei.

Entre os integrantes da base do governo Republicano, a avaliação é de que a manifestação do senador reforça a narrativa de que o afastamento é apenas uma etapa temporária do processo e fortalece a expectativa de retorno ao cargo. Para esse grupo, a fala ajuda a manter a base unida e mobilizada em torno da defesa de que o voto popular deve prevalecer até que haja decisão definitiva.

Já no campo de Laurez Moreira (PSD), que assumiu interinamente o cargo após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a leitura é diferente. Integrantes próximos ao governador interino lembram que o afastamento tem base legal e que não cabe reduzir o processo a um suposto desrespeito ao eleitorado. Para eles, o senador busca transformar uma questão jurídica em bandeira política, reforçando o discurso de Wanderlei no momento em que o interino tenta consolidar sua posição administrativa e ampliar apoios.

Na prática, a reação ao posicionamento do senador evidencia a disputa de narrativas que marca o cenário político atual: de um lado, Wanderlei e seus aliados reforçando o argumento da soberania do voto e de boa avaliação da gestão; de outro, Laurez e seu grupo defendendo que a legalidade e a estabilidade institucional precisam se sobrepor a leituras de cunho exclusivamente político.