Uma declaração lateral durante o lançamento do Cartão AlimenTO, nesta sexta-feira, 19, chamou a atenção de quem acompanha a movimentação política no Tocantins. Ao relatar que foi procurada pela senadora Dorinha Seabra (UB) para tratar de seu retorno à Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, Cleizenir dos Santos trouxe à superfície uma reorganização iniciada após o afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos).

Cleizenir deixou o comando da Setas no início de agosto de ano. Oficialmente, a saída da aliada da senadora ocorreu para viabilizar a conclusão de seu processo de aposentadoria. O contexto político, no entanto, era mais amplo. Naquele momento, a relação entre Dorinha e Wanderlei atravessava um período de distanciamento, em meio às articulações iniciais da sucessão estadual de 2026. A mudança abriu espaço para a nomeação da ex-deputada Valderez Castelo Branco.

O quadro político foi alterado no mês seguinte, com o afastamento de Wanderlei do cargo. Durante esse intervalo, o grupo político ligado à senadora Dorinha Seabra e ao senador Eduardo Gomes (PL) ampliou participação nas articulações que culminaram na recondução do governador ao posto, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Desde então, sinais de reaproximação passaram a ser observados. Nos círculos políticos, circulam compromissos envolvendo a formação de uma aliança para 2026, com apoio do governador à pré-candidatura de Dorinha ao Palácio Araguaia, sustentação à reeleição de Eduardo Gomes ao Senado e respaldo ao deputado federal Carlos Gaguim para a segunda vaga. A definição do vice ainda permanece em discussão, com a expectativa de um nome de consenso.

Nesse contexto, o retorno de Cleizenir dos Santos à Setas e a referência pública ao papel da senadora funcionam como indicativo de que os entendimentos avançaram do campo das tratativas para o plano institucional.