O retorno de Wanderlei Barbosa (Republicanos) ao comando do Tocantins, após pouco mais de três meses afastado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e reconduzido por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) referendada pela 2ª Turma, abriu espaço para aliados que permaneceram ao lado dele durante a crise. Entre os citados pelo próprio governador, Filipe Martins (PL) aparece como um dos nomes com possibilidade de ascensão.

A movimentação em torno do deputado surpreendeu parte do meio político porque o pai dele, pastor Amarildo Martins, mantém relação próxima com Laurez Moreira (PSD), vice-governador e responsável pela gestão interina durante o afastamento do governador. A tensão entre Laurez e Wanderlei já era pública antes do afastamento e aumentou durante o período em que o vice esteve no comando do estado.

Filipe esteve no gabinete do governo interino nos primeiros dias de Laurez no cargo, gesto que alimentou especulações de que o grupo de Amarildo poderia integrar a gestão temporária. As conversas não avançaram e o cenário, pelo o que tudo indica, mudou.

Segundo o entorno de Wanderlei, o deputado federal passou a demonstrar apoio diário ao governador, que o chama de Filipinho. Ao reassumir o cargo, o governador mencionou esse gesto e afirmou que pretende reconhecer quem se manteve ao seu lado. Filipe entrou nesse grupo.

A presença do deputado carrega outro fator político: ele representa um segmento disputado, a base evangélica. O grupo de Amarildo trabalha para ampliar esse espaço e busca também eleger um deputado estadual para consolidar influência.

Com o retorno de Wanderlei, Filipe Martins surge no núcleo de apoiadores que podem ganhar espaço na nova configuração do governo. O peso dessa participação dependerá das escolhas que o governador fizer a partir de agora.