Pedido de retorno de Wanderlei Barbosa ao cargo está nas mãos de Edson Fachin, novo presidente do STF

08 setembro 2025 às 20h15

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O futuro político do Tocantins passa agora pelas mãos do ministro Edson Fachin, recém-eleito presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para o biênio 2025-2027. Fachin é o relator do pedido do governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) para retornar ao cargo, medida que se tornou um dos principais pontos de atenção da cena política estadual.
Wanderlei foi afastado no âmbito da segunda fase da Operação Fames-19, que investiga suspeitas de desvio de recursos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia, além de denúncias de cobrança de propinas. A apuração da Polícia Federal aponta que os esquemas teriam continuado mesmo após buscas realizadas há mais de um ano.
Quem é Edson Fachin
Natural de Rondinha (RS), Luiz Edson Fachin tem 67 anos e foi indicado ao STF em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff. Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde também é professor titular, possui mestrado e doutorado pela PUC-SP e pós-doutorado no Canadá.
Fachin ganhou notoriedade ao assumir, em 2017, a relatoria dos processos da Operação Lava Jato no Supremo, após a morte do ministro Teori Zavascki. Tornou-se reconhecido pela condução de julgamentos complexos, entre eles a condenação do ex-presidente Fernando Collor por corrupção e lavagem de dinheiro.
Nos últimos anos, também se destacou em temas de grande impacto social, como o voto contrário ao marco temporal das terras indígenas, a proibição da revista íntima vexatória em presídios e a condução do processo sobre a chamada “uberização”, que definirá se motoristas de aplicativos têm vínculo empregatício com as plataformas digitais.
Um perfil de julgador
Com experiência em causas estruturantes e polêmicas, Fachin é visto pelos colegas como um magistrado atento ao fortalecimento da colegialidade e do diálogo no STF. Ao ser eleito presidente da Corte, em 13 de agosto, recebeu elogios do atual presidente, ministro Luís Roberto Barroso, que destacou sua “qualidade moral e intelectual” para conduzir a instituição.
A partir de 29 de setembro, quando assume a presidência do STF, Fachin terá a missão de conduzir o Tribunal em pautas de alta relevância nacional. Paralelamente, segue como relator do pedido de retorno do governador afastado do Tocantins, processo que chegou ao seu gabinete por distribuição.