Servidores relatam clima de tensão e insatisfação na gestão da Secretaria de Saúde de Palmas
05 novembro 2025 às 16h02

COMPARTILHAR
A condução da Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (Semus) pela secretária Dhieine Caminski tem provocado desconforto entre servidores e aliados políticos do prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos). Nos bastidores, o comentário é que a titular da pasta perdeu apoio dentro da própria estrutura administrativa e enfrenta resistência crescente entre profissionais de carreira.
Fontes internas relatam que a relação entre a secretária e os servidores da rede municipal nunca foi simples. Desde a posse, Dhieine teria adotado um tom considerado autoritário, com pouca abertura para diálogo e para ouvir quem atua há décadas na saúde de Palmas. O estilo direto e, por vezes, ríspido, gerou atritos já nas primeiras semanas — e, quase um ano depois, a tensão se mantém.
Um dos principais pontos de queixa é a substituição de técnicos experientes por novos servidores trazidos de fora da estrutura municipal, alguns vindos do governo do Estado e outros ligados pessoalmente à secretária. Para parte do funcionalismo, as trocas têm sido vistas como um movimento de isolamento da gestão e desvalorização dos quadros antigos.
Além da troca de equipes, servidores também criticam decisões administrativas e simbólicas. O episódio em que a secretária anunciou o fim dos coffee breaks em eventos da Saúde — medida que acabou revertida após reação do Conselho Municipal de Saúde — é citado como exemplo do que chamam de “gestão sem escuta”. Há ainda reclamações sobre reformas e entregas de unidades de saúde apresentadas como realizações exclusivas da atual gestão, mesmo quando já estavam em andamento.
Nos bastidores, também se comenta sobre a discrepância entre o discurso de austeridade e o comportamento interno da pasta, com referências a aluguel de veículo de alto padrão, presença constante de assessores em viagens e reestruturação da sede da secretaria com direito a portas de vidro e reforço na segurança.
Apesar das críticas, Dhieine mantém forte presença nas redes sociais, com publicações diárias sobre ações da Semus e visitas às unidades. Para seus defensores, trata-se de uma forma moderna de comunicação e transparência; para os detratores, um uso excessivo da exposição midiática, que contrasta com a dificuldade de diálogo interno.
Aliados do prefeito reconhecem que a situação da Saúde é hoje um dos principais pontos de desgaste político dentro da base. Há quem defenda que o prefeito faça uma reaproximação com os servidores de carreira e reavalie parte da equipe.
