“Temos um Congresso distante da vida do povo”, diz Thamires do Coletivo Somos ao confirmar projeto para a Câmara Federal
22 dezembro 2025 às 13h04

COMPARTILHAR
A vereadora Thamires do Coletivo Somos (PT) afirmou que o projeto político em torno de seu nome para a Câmara dos Deputados, em 2026, surge da mesma inquietação que deu origem ao coletivo: a ausência de representação popular efetiva no Congresso Nacional. Em entrevista ao Jornal Opção Tocantins, nesta segunda-feira, 22, ela disse que a pré-candidatura resulta de uma construção coletiva, com base na atuação nos territórios, no diálogo com movimentos sociais e na experiência institucional acumulada nos últimos anos.
“Temos um Congresso muito distante da vida do povo. Enquanto a população discute segurança pública, combate ao feminicídio, redução da jornada de trabalho sem redução salarial, taxação dos mais ricos e alívio de impostos para a classe trabalhadora, o que vemos é um Congresso ocupado em blindar aliados e proteger privilégios”, afirmou. Segundo Thamires, o projeto busca alterar esse cenário e levar as pautas da população tocantinense para o debate nacional.
Ao explicar a decisão de disputar uma vaga na Câmara Federal, e não na Assembleia Legislativa do Tocantins, a vereadora afirmou que as principais decisões que impactam diretamente a vida da população estão concentradas no Congresso. “O governo do presidente Lula tem promovido avanços importantes, mas enfrenta forte resistência de um Congresso conservador”, disse. De acordo com ela, a avaliação coletiva apontou que o projeto político do grupo cumpre melhor seu papel no plano federal, com foco na defesa dos direitos sociais, do trabalho e da democracia.
Thamires reconheceu a importância da Assembleia Legislativa, mas destacou que, neste momento, a principal disputa política ocorre em Brasília. “Entendemos que é lá que se decide grande parte do que afeta o dia a dia do povo”, afirmou.
Questionada sobre a ausência de parlamentares de esquerda na bancada federal do Tocantins, a vereadora avaliou que o eleitorado do estado não pode ser rotulado de forma simplificada. “O eleitorado tocantinense é diverso, tem demandas muito concretas e não pode ser classificado apenas como de direita ou de esquerda”, disse.
Para Thamires, o principal desafio histórico está na dificuldade da esquerda em transformar sua presença social e territorial em projetos eleitorais competitivos no plano federal, especialmente em um sistema político que favorece quem já tem estrutura, mandato e poder econômico. “Quando conseguimos nos organizar coletivamente, dialogando com a vida real das pessoas e fazendo trabalho contínuo de base, isso encontra respaldo”, afirmou, ao citar os resultados eleitorais do presidente Lula no Tocantins e a eleição do Coletivo Somos em Palmas.
Segundo a vereadora, o foco do projeto não está em convencer um eleitorado rotulado como conservador, mas em estruturar propostas coletivas com identidade popular. “O desafio é construir projetos que consigam disputar o Congresso e representar, de fato, os interesses do povo tocantinense”, concluiu.
