Quando os Estados Unidos decidiram impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, a medida foi anunciada como uma forma de pressionar o país sul-americano. Porém, o que parecia ser uma estratégia de força econômica acabou se transformando em um verdadeiro “tiro no pé”.

Os números não deixam dúvidas. Nos últimos trinta dias, o real se destacou como a moeda com melhor desempenho entre as principais divisas globais, valorizando-se significativamente frente ao dólar.

Em vez de enfraquecer a economia brasileira, o chamado “tarifaço” estimulou a entrada de investimentos estrangeiros, elevou a demanda por exportações e fortaleceu a percepção de estabilidade promovida pelo Banco Central.

Sob o ponto de vista econômico, os EUA tentaram encarecer produtos brasileiros no exterior e, paradoxalmente, contribuíram para fortalecer a própria moeda brasileira, tornando o real mais competitivo e diminuindo o custo de importações.

A tentativa de pressão comercial, portanto, acabou beneficiando justamente quem se pretendia punir. Politicamente, o impacto também não é menor. A extrema direita brasileira, que apoiou a medida como forma de pressionar o governo brasileiro, viu suas previsões e intenções fracassarem.

A política de tarifas, que deveria mostrar força e assertividade, acabou evidenciando uma estratégia equivocada e contraproducente. Para se ter uma ideia, quando Eduardo Bolsonaro se licenciou da Câmara e se mudou para os EUA, seu pai Jair Bolsonaro sequer usava tornozeleira. Hoje está em prisão domiciliar.

O episódio reforça uma lição. Barreiras e sanções comerciais nem sempre produzem o efeito desejado. E quando políticas públicas são motivadas por agendas políticas radicais, os riscos de que o “tiro saia pela culatra” se multiplicam.

O Brasil, por sua vez, saiu fortalecido. A valorização do real não é apenas um número positivo no gráfico cambial, mas também um alerta de que, em um mundo globalizado, tentativas de intimidação econômica podem facilmente se voltar contra quem as promove.