Sem sangue, sem petróleo

22 agosto 2025 às 09h39

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A forma como os Estados Unidos busca, exclusivamente, levar sua ideia de “democracia” para países que possuem grandes reservas de petróleo continua a total vigor. Desta vez, na Venezuela, o governo de Donald Trump busca, mais uma vez, invadir um país que possui grandes reservas de petróleo sob a desculpa de “combater o tráfico internacional de drogas”. O país comandado por Nicolás Maduro possui a maior reserva de petróleo do mundo.
A exemplo do Iraque, que foi invadido pelos Estados Unidos sob a desculpa de que Saddam Hussein possuía armas químicas, o que era mentira, a Venezuela entrou na mira de Trump. O governo estadunidense alega que Maduro comanda o “Cartel de los Soles”, que seria um dos grandes distribuidores de cocaína do mundo, principalmente para os Estados Unidos.
É fato que os Estados Unidos vive uma crise de consumo de drogas, mas também é fato que a maioria das drogas consumidas no país não vem da Venezuela. Relatório recente feita pela ONU aponta que a maior crise enfrentadas pelos estadunidenses é a “epidemia” de fentanil, que se trata de um opioide que tomou diversas cidades do país e matou mais de 70 mil pessoas por overdose em 2023.
As substancias que compõem o fentanil vem da China, e a droga é fabricada em laboratórios no México antes de atravessarem a fronteira para os EUA. Já a cocaína, da qual Maduro é acusado de produzir, é consumida por 2% da população dos Estados Unidos e produzida, em sua maioria, na Colômbia, Bolívia e Peru.
Logo, essas drogas não vem da Venezuela, como Trump acusa o país de fazer.
Por ora, uma invasão está apenas em ameaças feitas por interlocutores do presidente americano e por ele mesmo. Porém, navios de guerra estão na costa venezuelana e Maduro convocou cerca de 4,5 milhões de milicianos para combater uma possível invasão americana.
A forma como os Estados Unidos trata diferente países que possuem grandes quantidades de petróleo causa medo à população venezuelana, que assistiram invasões desastrosas dos EUA no Oriente Médio, como a do próprio Iraque, que deixou 1 milhão de civis mortos.
O governo Trump, em sua verdadeira ditadura, tenta, agora, desestabilizar mais uma região do mundo para defender seus interesses particulares e cabe ao governo da Venezuela se defender dos tiranos que estão dispostos a derramar sangue de seu povo e de outros povos por dinheiro, petróleo e poder.
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