Elenil da Penha: “Não tenho nenhuma disposição de disputar as eleições em Araguaína”

O secretário dos Esportes e Juventude do Estado, ex-deputado Elenil da Penha (MDB), revela que está fora da disputa pela Prefeitura de Araguaína em 2024, por uma questão de escolha pessoal. Garante que vai participar do pleito, não como candidato, mas como cabo eleitoral do deputado Jorge Frederico (Republicanos), o nome da base do governo que já se apresenta como pré-candidato e que segundo ele, tem condições de unir a base em torno do seu nome. “Em Araguaína, nós temos o Jorge Federico, que é pré-candidato a prefeito”, explica.

O secretário defende que o MDB do Tocantins precisa se guiar pela história em nível nacional, partido que cumpriu papel de protagonismo na redemocratização do Brasil, e que serviu de abrigo para líderes tanto de direita como de esquerda e ajudou a escrever um capítulo da história do País. “Um partido conhecido e reconhecido, porque consegue estar, neste momento tão difícil da vida política brasileira, em qualquer palanque, sendo naturalmente, aquele que pode definir. É um partido que tem gente com posições de direita, de esquerda, de centro-direita e de centro-esquerda, mas que continuou no partido como na época da Ditadura [Civil-Militar], em que muita gente se escondeu na legenda, sendo de direita ou sendo de esquerda, mas que estava no MDB”, relembra.

Elenil reconhece que Araguaína passou por um choque de gestão e que ganhou um novo impulso de desenvolvimento, mas não compactua com a ideia de que foi obra exclusiva da Prefeitura local. Para ele, o Governo do Estado tem muito mérito pelas conquistas de Araguaína. “O choque foi feito e o Estado teve uma participação efetiva nessa transformação, nessa mudança, para que isso pudesse acontecer. Inclusive, com a minha presença, a minha interferência, na época, como deputado. Antes como vereador. A própria Avenida Filadélfia, o cartão postal de Araguaína, é uma obra do governo do Estado”, aponta.

Elenil da Penha Alves Brito, 53 anos, goiano de Crixás, criado em Araguaína, despertou para a política no movimento estudantil. Exerceu quatro mandatos de vereador em Araguaína, tendo sido presidente da Câmara por três vezes. Deputado estadual por dois mandados e candidato a prefeito de Araguaína, em que ficou em segundo lugar, polarizando a disputa com o prefeito eleito Wagner Rodrigues. Em todas as eleições que disputou sempre foi bem votado.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção Tocantins, o secretário faz um balanço da sua atuação à frente da Secretaria dos Esportes de Juventude, aponta os avanços no apoio às várias modalidades e observa que ter um governador que é amante do esportes, ajuda muito na efetivação das políticas públicas desenvolvidas pela pasta.

É preciso fazer pesquisa, ouvir a população, para o candidato entender se ele tem o perfil que a população necessita, ou que busca

Deputado, o sr. é um nome consolidado na política de Araguaína. Na eleição passada, não ganhou, mas saiu fortalecido. Como andam as articulações para 2024, o MDB terá candidato próprio novamente?

Olha, estamos aguardando o partido se organizar em Araguaína, nós temos o Jorge Federico, que é pré-candidato a prefeito de Araguaína. Eu sempre digo que a eleição do Tocantins tem, naturalmente, que se observar mais próximo do pleito para se ter uma melhor definição, e nós estamos nessa expectativa, aguardando o que os partidos vão decidir. Eu compreendo que é preciso fazer uma pesquisa, e sobretudo qualitativa, ouvindo a população. Esse ouvir a população é fundamental para qualquer candidato entender se ele tem o perfil exato que a população necessita, ou que a população busca.

Secretário, o sr. pretende colocar o seu nome novamente à disposição do partido para disputar a Prefeitura?

Não. Não teria eu nenhuma disposição de candidatura nesse momento. Em Araguaína, eu quero mesmo é buscar apoiar aqueles que eu acredito, e nesse apoio, naturalmente, buscar conversar com as pessoas sobre um projeto para a cidade.

O MDB precisa construir, o mais rápido possível, uma discussão com seus membros e definir um caminho

O ex-governador Marcelo Miranda, afirma que o MDB continua sendo o maior partido do Estado embora tenha sofrido um esvaziamento na última eleição. O sr. tem reclamado que o partido até agora não fez uma avaliação das eleições para tomar decisão os rumos a seguir. Qual é a expectativa do partido para 2024?

O MDB precisa construir, o mais rápido possível, uma discussão com seus membros, e definir um caminho. Eu já sugeri que é preciso fazer uma reunião com os convencionais que precisam ser ouvidos para que possam fazer apontamentos para todos os municípios tocantinenses, visto que é um partido que tem uma boa musculatura, uma boa presença no Estado, e é também um partido conhecido e reconhecido, porque consegue estar, neste momento tão difícil da vida política brasileira, em qualquer palanque, sendo naturalmente, aquele que pode proferir decisões. E é bem aceito, é um partido que tem gente lá com posições de direita, de esquerda, de centro-direita e de centro-esquerda, mas que continuou no partido como na época da Ditadura [Civil-Militar], em que muita gente se escondeu no partido, sendo de direita ou sendo de esquerda, mas que estava no MDB.

Se o MDB continuar como está, infelizmente não tem muitas respostas que possam ser dadas ou que a gente consiga reconstruir o partido

O partido tem condições de, nessas eleições, recuperar o prestígio, tendo em vista que, como o sr. coloca, é um partido que tem uma capilaridade muito grande, chega nas pequenas comunidades?
Toda eleição é atípica, é diferente uma da outra. Se o partido e os seus representantes, quem dirige o partido, tiver a oportunidade de, ou se conscientizar que é preciso que nós possamos nos despir de muitos egos, e fazer com que todos sejam ouvidos e colocar em regra aquilo que é necessário, é possível sim. Se o partido continuar como está, infelizmente não tem muitas respostas que possam ser dadas assertivamente ou que a gente consiga reconstruir o partido.

O choque foi feito e o Estado teve uma participação efetiva nessa transformação, nessa mudança, para que isso pudesse acontecer

Araguaína, ao que consta passou por um choque de gestão interessante que tornou o seu traçado urbano funcional e mais bonito. Como o sr. avalia essa transformação a partir de intervenções da gestão municipal?

É importante dizer que o governo do Estado, foi fundamental para a Araguaína ser o que é hoje e para o Tocantins. Só para ter noção, cada município desse Estado, municípios de todos os tamanhos, receberam recursos do governo do Estado, do programa de fortalecimento, do emprego e renda. Cada município recebeu R$ 2 milhões e 200 mil. No caso de Araguaína, o governo do Estado fez financiamento de recursos e paga pelo asfaltamento de vários setores, como parte do Maracanã, como também parte do setor Itaipu, como também o recapeamento do bairro São João, recapeamento do conjunto Patrocínio. Se nós olharmos, por exemplo, hoje nós temos o Daiara [Distrito Industrial de Araguaína], todo asfaltado, todo recuperado, é investimento do Estado. Isso fora, naturalmente, as parcerias que o governo fez no período da pandemia difícil, com todos os investimentos no Hospital Municipal de Araguaína (HMA). Então, o choque foi feito e o Estado teve uma participação efetiva nessa transformação, nessa mudança, para que isso pudesse acontecer. Inclusive, com a minha presença, a minha interferência, na época, como deputado. Antes como vereador, eu me lembro quantas vezes eu fui ao Palácio Araguaia, várias vezes fomos ao governo, na época, o próprio Marcelo Miranda, para a gente olhar, argumentava, vamos fazer essa obra aqui, vamos fazer isso aqui. A própria Avenida Filadélfia, o cartão postal de Araguaína, é uma obra do governo do Estado.

Tenho residência na Capital e estou muito feliz de estar aqui enquanto secretário dos Esportes e Juventude, cargo que o governador me colocou

Secretário, o sr. descarta ser candidato a prefeito em Araguaína, estaria propenso a aceitar o convite para ser candidato a vereador em Palmas, como se especula no meio político?

Eu estou avaliando, conversando, dialogando, e essa conversa e diálogo a gente tem que avaliar. Porque, veja só, Palmas foi construída por quem? Por todos nós. Se olhar, dos 139 municípios, nós temos gente morando na Capital. Palmas é jovem, né? Nós estamos vendo aí as cidades completando, 50, 60, 65 anos. Palmas foi feita por todos nós, nós ajudamos a construí-la. A cidade foi erguida também com recursos da população. O povo tem ajudado a construir Palmas. Então, eu tenho feito um diálogo muito próximo com todas as pessoas, com o objetivo de ouvir o que as pessoas estão pensando sobre a questão da representatividade. Obviamente, o político, a pessoa que se coloca à disposição para uma candidatura tem que estar preparada para todos os lados. Eu tenho residência aqui na Capital e estou muito feliz de estar aqui enquanto secretário dos Esportes e Juventude, cargo que o governador me colocou.

Eu sempre digo que o governador Wanderlei Barbosa é um amante dos esportes e isso ajuda muito o nosso trabalho

Secretário, aproveitando a oportunidade, que avaliação o sr. faz do seu trabalho à frente da Secretaria dos Esportes e Juventude?

Olha, eu sempre digo que o governador Wanderlei Barbosa é um amante dos esportes. Nós conseguimos aqui fazer o Copão, onde chegamos a 122 cidades dos 139 municípios. Então, significa que foi um grande evento que conseguiu alcançar todo o Estado. Pare avalie o movimento que foi causado nos municípios tocantinenses, os jogos acontecendo lá nos municípios, por menor que fosse o município, duas equipes, uma de uma cidade, outra de outra cidade, ali com a multidão acompanhando esses jogos, a movimentação da economia, a compra de uma equipe de futebol, a compra de bola, a compra disso, a compra daquilo. Então, assim, movimentou todas as cidades e eu digo 122 municípios. Esse foi o Copão, o segundo ano do Copão. Só que este ano, nós fizemos com um fechamento, e olha só, a final dele foi entre Almas [região Sudeste] e Praia Norte [Bico do Papagaio].

Temos que lembrar que aqui é a Secretaria dos Esportes e de Juventude. Nós estamos fazendo as conferências da juventude em várias cidades

E o Jogo dos Servidores? O Jogo dos Servidores nós conseguimos também, de norte a sul, leste a oeste, do Tocantins, também fazer. O Jogo dos Servidores também foi fechado aqui em Palmas, aqui na AABB, [Associação Atlética Banco do Brasil] foi uma coisa extraordinária. Fizemos também o Esporte Verão. Então, nós chegamos a várias praias do Tocantins. E o Esporte Verão, nós chegamos também em várias cidades do estado do Tocantins. E o governo do Estado ajudou quase todos os municípios que têm um rio, que têm uma praia, fazendo investimento. Houve uma movimentação forte da economia. Isso sem contar com as cavalgadas, os aniversários e tudo o que aconteceu nas cidades. Além do Esporte Verão, tudo isso, nós fizemos Copa do Trabalhador. Nós estimulamos muitos campeonatos municipais colaborando e ajudando. E também nós conseguimos incentivar todas as modalidades dos esportes no Tocantins. Todas as modalidades. Incentivando, estimulando, apoiando. Além de também aqui, logisticamente, conseguirmos dar apoio para muitos times profissionais, que muitas vezes precisam transportar seus atletas para jogos. E todas as competições estaduais, todas as competições onde a federação tem construído, tanto no masculino, como para o feminino, nós temos apoiado. E estamos fechando o ano agora com a meia maratona. Nesse momento, nós temos mais de 1.136 pessoas inscritas. Também, adicionada a meia maratona, nós estamos fazendo aqui o Terrão, aqui na 407 Norte, na Arena 43, nós estamos com o Terrão de sub-9 até Master de 50. E além de tudo isso, eu creio que isso já garante a Secretaria dos Esportes. Mas tem que lembrar que aqui é a Secretaria dos Esportes e de Juventude. Nós fizemos as conferências por regiões, são várias cidades. Fizemos em Gurupi, fizemos em Araguaína, fizemos em várias cidades do Tocantins. Então, o que isso representa? Representa o fortalecimento da juventude. Sem contar que a Secretaria dos Esportes tem vários membros de várias comissões que discutem a questão do meio ambiente, porque está inserido aqui na Secretaria dos Esportes de Juventude. Nós discutimos todo o processo de construção das nossas cidades, do nosso Estado e a sua evolução. Nós temos a observar todas as questões inerentes às políticas públicas, além de termos a escolinha Nilton Santos e daqui a pouco nós vamos ter outras escolinhas de Karatê aqui na capital Palmas para as crianças e adolescentes.

Nós temos que fazer um grande congresso com as federações, os times profissionais e ver o que é possível fazer pelo futebol profissional

Secretário, é curioso observar que o esporte amador sobretudo, o futebol, lota qualquer ambiente, em qualquer campo de qualquer cidade. O futebol profissional tem enorme dificuldade enorme de levar torcedores aos estádios. Falta humildade aos times profissionais para atrair o torcedor amante do futebol?

Eu acho que nós temos que fazer um grande congresso com as federações, os times profissionais, com a Federação Tocantinense de Futebol (FTF), e ver o que é possível fazer. Na verdade, o governador Wanderlei Barbosa tem cobrado muito da Secretaria para que nós consigamos investir. Inclusive ele mandou uma medida provisória, que fui conversar com alguns conselheiros no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que a gente pudesse estimular os times com recursos, na ordem de R$ 250 mil, para a série “A” e assim sucessivamente. Mas a maior dificuldade é nós encontrarmos meios legais que possam garantir o investimento no time profissional. Meios legais mesmo, de recursos que a gente possa aplicar. Porque aqui, nós temos que ser pautado pela legalidade, pela impessoalidade. E o time profissional, como o nome já diz, é um time profissional e a gente precisa encontrar mecanismo.

A Secretaria dos Esportes e Juventude já redigiu, está na Casa Civil para encaminhar à Assembleia, uma proposta de Bolsa Atleta

Já pedi à nossa equipe para andar o Brasil inteiro, praticamente vários estados tem lugares que se faz através de bancos, tem lugares que é através de outras instituições que o estado ajuda. Mas a gente procura, não é só a instituição que está ajudando, a gente vai lá também no Tribunal de Contas daquele estado, para ver se o Tribunal tem algum parecer relacionado a isso. E quando o Tribunal não tem, a gente já fica com medo de ter algum problema no Tribunal de Contas e depois gerar uma ação judicial. Então o nosso maior problema é isso e eu acho que é preciso os líderes, todos nós, nos reunirmos com câmaras municipais, com a Assembleia Legislativa, com o governo, com o Tribunal de Contas, com o Ministério Público, com o Judiciário, tentar encontrar um meio. E se não chegar uma legislação como construída na legislação estadual, uma legislação federal, onde de alguma maneira possa ser fomentado. Mas é importante ressaltar que a Secretaria dos Esportes e Juventude redigiu e está na Casa Civil para encaminhar para a Assembleia, uma proposta de Bolsa Atleta. Isso é para atleta de alto rendimento. Então, neste caso, a gente vai estar atendendo, ou buscando atender, vários profissionais e são profissionais de alto rendimento e que representam o Tocantins lá fora.

É uma exigência nossa aqui. Que todo campeonato, toda competição que há, é preciso incluir as mulheres

Secretário, embora não seja atribuição específica da Secretaria dos Esportes e Juventude a pasta tem acolhido os movimentos sociais que a procuram. Como o sr. avalia essa relação de atenção com as representações da sociedade civil?

Eu acho que é preciso apoiarmos os movimentos sociais, sim. Nós temos apoiado aqui em se tratando de juventude, todos os movimentos sociais que nos procuraram, em termos de logística, o que a gente pode oferecer, a gente oferece. O MST, [Movimento dos Trabalhadores Sem Terra] nós apoiamos, a Negritude, nós apoiamos. E é uma obrigação nossa, estamos fazendo com muita alegria, porque a gente sabe o quanto é fundamental a representação, todos os movimentos sociais que têm nos procurado nós atendemos, as mulheres nós temos buscado fortalecer, aliás, com relação às mulheres, é uma exigência nossa que todo campeonato, toda competição é preciso incluir as mulheres. Aliás, já temos uma legislação que trata desse assunto, mas antes mesmo dessa legislação, nós já fazíamos.