Diante do impacto das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o Governo do Tocantins divulgou nota nesta quarta-feira, 6, defendendo a negociação diplomática como caminho para resolver o impasse comercial. Em paralelo, o Estado já articula uma missão ao Japão e ao Vietnã para prospectar novos mercados para os produtos tocantinenses, diante da possibilidade de prolongamento das restrições norte-americanas. Nesta quarta-feira, 6, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) também está em Brasília em busca de alternativas ao Tocantins.

Segundo o governo, a Secretaria da Agricultura acompanha de perto a situação, em articulação com entidades do setor produtivo, e já avalia medidas para minimizar eventuais perdas econômicas e preservar a competitividade das exportações locais. O foco inicial é garantir suporte aos setores mais diretamente atingidos, como o da carne bovina.

A missão internacional, estruturada pela Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviço em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO), será uma das estratégias do governo para ampliar a presença internacional dos produtos do estado e reduzir a dependência do mercado norte-americano.

Apesar do impacto potencial das tarifas, o Executivo estadual destaca que o agronegócio tocantinense segue forte e diversificado, com a China mantendo-se como o principal destino das exportações. O governo também sinaliza que, caso as negociações com os EUA não avancem, continuará fortalecendo as parcerias comerciais já existentes e buscando novos mercados.

Em 2024, o Tocantins exportou aproximadamente US$ 2,5 bilhões, com destaque para a soja e a carne bovina. Desse total, cerca de US$ 71,6 milhões foram destinados aos Estados Unidos, sendo a carne bovina o principal item afetado pela nova tarifa de 50%.

Na outra ponta, os EUA também têm papel relevante nas importações tocantinenses. Em 2024, representaram 12% do total importado pelo estado (US$ 15,1 milhões), com foco em maquinário agrícola, peças e insumos químicos, considerados essenciais à modernização do setor agropecuário local.

O Governo do Tocantins afirmou, em nota, que continuará monitorando os desdobramentos do tarifaço e tomará decisões com base em dados e no diálogo permanente com o setor produtivo.