Araguaína adota nova tecnologia para combater o Aedes aegypti com instalação de ‘mosquitos do bem’
12 novembro 2024 às 11h34
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Os agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Araguaína começaram nesta segunda-feira, 11, a instalação de novos dispositivos para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A tecnologia utilizada é a das caixas que liberam os chamados “Aedes do Bem”, mosquitos geneticamente modificados para ajudar na redução da população de fêmeas, que são as únicas responsáveis pela transmissão das doenças.
As caixas contendo ovos de mosquitos machos geneticamente modificados estão sendo instaladas em árvores e postes de 14 bairros com maior incidência de casos. “Pedimos que a população colabore, não mexendo nos recipientes e preservando o material. Esses mosquitos machos não picam humanos, pois se alimentam apenas de néctar e seiva de plantas”, explicou a superintendente de Vigilância em Saúde, Tayalla Lopes.
Araguaína é a primeira cidade do Tocantins a investir nesta tecnologia sustentável, aprovada em 2020 pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Desenvolvida pela multinacional britânica Oxitec, a tecnologia utiliza 900 caixas reutilizáveis, que serão reabastecidas mensalmente com novos ovos. Após um período de crescimento entre 10 a 14 dias, os mosquitos machos modificados acasalam com as fêmeas locais, resultando em descendentes que não alcançam a fase adulta, reduzindo, assim, a população de mosquitos.
“A expectativa é que a redução das fêmeas contribua significativamente para a diminuição das doenças transmitidas. Outras cidades que utilizaram esta tecnologia tiveram resultados promissores, com redução de até 96% na população de Aedes aegypti. Estamos otimistas em alcançar uma redução de cerca de 90%”, destacou a secretária de Saúde, Ana Paula Abadia.
De acordo com o CCZ, os dados mais recentes apontaram um aumento de 43% nos casos de dengue entre janeiro e setembro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, reforçando a necessidade de ações efetivas no combate ao mosquito. Além das novas caixas, o trabalho de combate tradicional, como visitas às residências para eliminação de criadouros, seguirá em ritmo intensificado.