Um ataque a tiros registrado neste domingo, 14, na praia de Bondi, em Sydney, deixou ao menos 11 pessoas mortas e outras 11 feridas, segundo autoridades australianas. Entre os feridos estão dois policiais. Um dos suspeitos morreu no local e o outro foi detido em estado crítico. A polícia investiga a possível participação de um terceiro envolvido.

De acordo com a polícia de Nova Gales do Sul, o ataque ocorreu durante uma celebração do festival judaico de Hanukkah. Em entrevista coletiva, o comissário Mal Lanyon classificou o episódio como um incidente terrorista e informou que 29 pessoas foram encaminhadas a hospitais da cidade, incluindo os agentes de segurança. O estado de saúde dos feridos é considerado grave.

O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, afirmou que há indícios de que o ataque tenha sido planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney, no primeiro dia da celebração religiosa. Entre as vítimas fatais está um cidadão israelense.

Durante a ocorrência, um homem conseguiu desarmar um dos atiradores após os disparos. Ele foi atingido por dois tiros, um no braço e outro na mão, e permanece internado, sem risco de morte. Segundo o jornal The Guardian, trata-se de um vendedor de frutas de 43 anos.

As forças de segurança informaram ainda que um objeto suspeito, que pode ser um artefato explosivo, foi retirado de um veículo estacionado próximo à praia. Outros itens considerados suspeitos estão sendo analisados por equipes especializadas, e uma área de exclusão foi estabelecida no entorno do local do ataque.

O diretor-geral da Agência Australiana de Inteligência de Segurança (ASIO), Mike Burgess, disse que a identidade dos atiradores está sendo analisada e que as autoridades avaliam se há outras pessoas com intenções semelhantes. Segundo ele, o nível de ameaça terrorista no país permanece classificado como “provável”.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que, até o momento, não há registro de brasileiros entre as vítimas. O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, afirmou que as imagens do ataque são angustiantes e que as forças de segurança atuaram para tentar salvar vidas. A ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, manifestou condolências às famílias das vítimas e solidariedade à comunidade judaica.

O ataque gerou reações internacionais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o episódio e classificou-o como hediondo. Os Estados Unidos também repudiaram a ação, assim como autoridades de Israel. A Confederação Israelita do Brasil divulgou nota expressando solidariedade à comunidade judaica australiana.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram pessoas deixando a praia em meio a disparos e sirenes policiais. Ataques a tiros em massa são raros na Austrália, país que adotou leis rigorosas de controle de armas após o massacre de Port Arthur, em 1996, quando 35 pessoas foram mortas.