Os oito deputados federais eleitos pelo Tocantins em 2022 foram notificados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal para se manifestarem, no prazo de dois dias, sobre a ação movida pelo ex-deputado Célio Moura (PT), que pede a recontagem dos votos com base na nova regra das sobras eleitorais. A decisão pode impactar diretamente a atual composição da bancada tocantinense na Câmara dos Deputados.

A notificação foi feita por meio de carta precatória, expedida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), com base em despacho do relator do caso, juiz Antonio Paim Broglio. Devem responder à notificação os seguintes parlamentares: Toinho Andrade (Republicanos), Vicentinho Júnior (PP), Alexandre Guimarães (MDB), Carlos Gaguim (União Brasil), Ricardo Ayres (Republicanos), Filipe Martins (PL), Eli Borges (PL) e Lázaro Botelho (PP).

Na ação, o Partido dos Trabalhadores, a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e Célio Moura alegam que a totalização dos votos nas eleições de 2022 foi prejudicada pela aplicação de uma cláusula de desempenho considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. A norma em questão exigia que partidos e candidatos alcançassem um percentual mínimo do quociente eleitoral para disputar as vagas restantes, conhecidas como sobras.

Com a decisão do STF que derrubou essa exigência, os autores do processo pedem o recálculo do resultado, o reconhecimento da eleição de Célio Moura e a anulação da diplomação de quem ocupa a vaga que, segundo os novos critérios, não deveria ter sido preenchida.

O processo foi remetido à presidência do TRE-TO, que deverá adotar as providências necessárias para eventual retotalização dos votos. A expectativa dos advogados de Célio Moura é que, com o novo cálculo, ele reassuma a cadeira na Câmara, atualmente ocupada por Eli Borges (PL), que poderia perder o mandato.

A decisão do STF, ao determinar que todas as legendas participem da distribuição das sobras sem exigência de quociente mínimo, já impactou outros estados. No Tocantins, o deputado Lázaro Botelho (PP) perdeu a vaga para Tiago Dimas (Podemos), em um caso semelhante.

O desfecho dependerá agora da manifestação dos parlamentares notificados e do andamento da análise pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto isso, a bancada federal do Tocantins segue acompanhando os desdobramentos do processo.