BNDES investiu R$ 7 bilhões na conservação das florestas brasileiras em dois anos
07 novembro 2025 às 16h21

COMPARTILHAR
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu R$7 bilhões na conservação e recuperação das florestas brasileiras desde o ano de 2023. De acordo com o presidente da entidade, Aloizio Mercadante, é o maior investimento da história do BNDES no setor florestal. O anúncio ocorreu durante a Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém. O encontro marca a abertura política da Conferência do Clima da ONU, que terá suas negociações formais entre 10 e 21 de novembro.
De acordo com o banco, os recursos são resultado da combinação de diferentes instrumentos, como crédito, garantias, concessões e apoio produtivo e “financiam ações em todos os biomas do país, que consolida o Brasil como protagonista global da restauração florestal e da bioeconomia de espécies nativas”. O valor, ainda conforme o banco, equivale a: 280 milhões de árvores plantadas; 168 mil hectares recuperados; 70 mil empregos gerados; 54 milhões de toneladas de CO₂ capturadas.
O banco lançou recentemente a plataforma BNDES Florestas, que reúne e dá transparência a todas as ações da instituição na área. O conjunto inclui programas como Floresta Viva, Arco da Restauração, Restaura Amazônia e ProFloresta+, além de linhas de crédito do Fundo Clima. Parte das iniciativas é desenvolvida em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, a Petrobras, a Embrapa e universidades federais.
“Estamos transformando o Arco do Desmatamento no Arco da Restauração. Na COP28, prometemos mobilizar R$ 1 bilhão para esse programa. Hoje já alcançamos cerca de R$ 7 bilhões para reflorestamento (…) É o Brasil mostrando que é possível restaurar o planeta e desenvolver a economia verde”, afirmou Aloizio Mercadante, durante a Sessão Temática sobre Clima e Natureza.
Lançado em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) na COP28, a iniciativa prevê investimento de aproximadamente R$ 200 bilhões nas próximas décadas. O objetivo é restaurar 6 milhões de hectares de áreas prioritárias e capturar 1,65 bilhão de toneladas de carbono da atmosfera até 2030. O Fundo Clima, um dos programas do BNDES Florestas, já aprovou ou contratou R$ 1,9 bilhão em crédito para 14 projetos de restauração e manejo de espécies nativas, movimentando R$ 5,7 bilhões em investimentos privados associados.
Na Amazônia, o programa Arco da Restauração, lançado na COP28 em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, já mobilizou R$ 2,4 bilhões em menos de dois anos. Dentro dele, o Restaura Amazônia conta com R$ 500 milhões em recursos não reembolsáveis, sendo R$ 450 milhões do Fundo Amazônia e R$ 50 milhões da Petrobras, para apoiar sistemas agroflorestais e projetos de recomposição em áreas degradadas.
Os 45 projetos já selecionados abrangem ações em pelo menos nove unidades de conservação, 80 assentamentos e 39 terras indígenas. Além disso, o BNDES Florestas Inovação, em parceria com a Embrapa e a UFSCar, investe R$ 30,8 milhões em pesquisas sobre silvicultura de espécies nativas, desde o melhoramento genético até o manejo florestal.
O banco afirma que as iniciativas atuam de forma integrada: viveiros criados para restaurar unidades de conservação abastecem projetos vizinhos, redes de sementes apoiadas pelo Fundo Amazônia fornecem insumos para novos plantios, e contratos de carbono do ProFloresta+ ajudam a destravar capital privado para restauração em larga escala.
