Durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada nesta segunda-feira (28) na Etiópia, foi apresentado o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025” (SOFI 2025). O documento indica que o Brasil voltou a registrar taxa inferior a 2,5% da população em risco de subnutrição ou com acesso insuficiente à alimentação, ficando novamente fora do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU).

O Mapa da Fome é um instrumento global utilizado pela FAO para identificar países em que mais de 2,5% da população convivem com subalimentação grave, caracterizada por insegurança alimentar crônica.

Estar presente no Mapa significa que uma parte expressiva da população vive sem acesso regular a alimentos em quantidade suficiente para manter uma vida saudável. O relatório SOFI apresenta esse indicador com base em médias trienais, a partir dos dados coletados nos três anos mais recentes.

O Brasil havia saído do Mapa em 2014, mas retornou ao grupo no triênio 2018/2020. Agora, com base nos dados de 2022 a 2024, volta a ficar fora da classificação.

Em nota divulgada em Brasília, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome declarou que “a conquista foi alcançada em apenas dois anos, tendo em vista que 2022 foi um período considerado crítico para a fome no Brasil”.

Segundo o comunicado, “a saída do Brasil do Mapa da Fome é resultado de decisões políticas do governo brasileiro que priorizaram a redução da pobreza, o estímulo à geração de emprego e renda, o apoio à agricultura familiar, o fortalecimento da alimentação escolar e o acesso à alimentação saudável”.

Como é calculado o Mapa da Fome
O principal indicador utilizado pela FAO para medir a segurança alimentar nos países é a Prevalência de Subnutrição (PoU, na sigla em inglês), que compõe o Mapa da Fome. O cálculo é feito com base em três variáveis:

  • a oferta total de alimentos no país, considerando produção interna, importações e exportações;
  • o consumo médio da população, levando em conta a desigualdade de acesso, especialmente a renda;
  • e a necessidade energética média diária, expressa em calorias, para um indivíduo representativo da população.