Candidatos a vereador: Thalles Alencar recebe R$300 mil do PL em Araguaína, e Amastha R$50 mil de Luciano Hang em Palmas
23 setembro 2024 às 14h13
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Em Araguaína, o candidato a vereador Thalles Alencar, chama atenção para os valores que foram depositados pelo partido em sua campanha. O partido pelo qual ele concorre, o PL, depositou R$341.679,99. Em Palmas, a candidatura que mais chama a atenção, para o cargo de vereador, é a do ex-postulante à prefeitura, Carlos Amastha (PSB). O candidato recebeu em sua campanha, além dos valores do fundo eleitoral, uma doação de Luciano Hang, dono das Lojas Havan. O empresário doou à campanha de Amastha R$50 mil, valor maior que o da direção municipal do partido e a metade do que foi pago pela direção nacional do PSB.
O valor do limite de gastos para o cargo de vereador em Araguaína foi definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em R$355.940,47. O candidato a vereador do Partido Liberal, Thalles Alencar não atingiu o teto por apenas 4,17%. Dos R$341.940,99 que recebeu, R$270 mil (79%) vieram da direção nacional e R$71.679,99 (21%) da direção estadual do partido.
A proximidade de Thalles do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pode ter interferido nesse repasse. Se observarmos as demais candidaturas do PL em Araguaína, teremos um valor médio de R$35 mil. Com destaque também para o candidato Saladeiro, que recebeu apenas R$10 mil. Outra candidata que também levou grande parte da receita do partido foi a Professora Ana Paula, com R$115.133,00, sendo R$70 mil da direção nacional do PL e R$41.633,00 da direção estadual.
Em Palmas, o destaque entre os vereadores é Carlos Amastha. Não apenas pelo valor que conseguiu arrecadar em sua campanha, que foi R$170.087,00 – apenas 13,61% do limite de gastos para Palmas que é de R$1.250.014,00 – mas também pelos contribuintes de sua campanha, entre eles o empresário Luciano Hang. Além de Hang, o próprio Amastha depositou R$5 mil reais em sua própria campanha. O restante do valor veio principalmente da direção nacional do PSB, R$100.000,00, o que representou 58,79% do total.
A proibição de doações de empresas para campanhas eleitorais, que começou a valer nas eleições de 2016, mudou bastante o cenário político. Para custear as despesas de campanhas eleitorais, foi criado o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, alcunhado de “Fundão Eleitoral”, principal fonte de recursos para as campanhas eleitorais. Respeitando o limite estabelecido para as candidaturas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os partidos podem dividir e gerenciar esses valores da forma que julgarem mais conveniente.
Levando em consideração os dados do TSE, em âmbito nacional, o PL lidera o recebimento de recursos do Fundo Eleitoral em 2024, com o montante de R$886.839.487,85, o que representa 17,87% do total. Em segundo lugar está o PT, que receberá R$619.859.348,70, correspondente a 12,49%. O União Brasil ocupa a terceira posição, com R$536.557.338,93 (10,81%), seguido pelo PSD, que terá à sua disposição R$420.971.571,08, equivalente a 8,48% do fundo. Em quinto lugar está o MDB, que receberá R$404.603.269,54, representando 8,115% do total.
Por outro lado, partidos como AGIR, DC, PMB, PCB e PCO receberão o menor valor do fundo, com R$3.421.737,78 cada, o que equivale a 0,07% do total.
Vários fatores entram nessa somatória como representação dos partidos na Câmara e no Senado. As siglas que receberam o menor valor são aquelas que não têm cadeiras nem na Câmara dos Deputados nem no Senado Federal. Esses partidos recebem apenas o valor da cota partidária de 2%, que é igual para todos os partidos.