Cantor e compositor mineiro, Lô Borges, morre aos 73 anos 

O cantor e compositor Lô Borges faleceu no domingo, 2, aos 73 anos em Belo Horizonte, sua terra natal. A informação foi confirmada pela família do artista que estava internado na Unidade de terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Unimed desde o dia 17 de outubro. Ele havia sofrido uma intoxicação por medicamentos em outubro e precisou de ventilação mecânica. 

No dia 25 de outubro ele havia passado por uma traqueostomia para oferecer mais conforto. Já na segunda-feira seguinte, no dia 27 de outubro, o paciente iniciou hemodiálise. Segundo boletim médico, antes de seu falecimento, Lô apresentava estabilidade hemodinâmica e metabólica, com bom controle da oxigenação.

Natural de Belo Horizonte, Lô Borges foi um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, ao lado de Milton Nascimento. O grupo marcou a música brasileira com harmonias sofisticadas e letras poéticas, influenciando gerações de artistas.

A carreira de Lô é marcada por sucessos como: Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, O Trem Azul e Paisagem da Janela. Aos 20 anos, lançou com Milton Nascimento o álbum Clube da Esquina, em 1972, considerado um dos maiores discos brasileiros de todos os tempos e eleito o nono melhor álbum mundial de acordo com a revista norte-americana Paste Magazine. No mesmo ano, lançou seu primeiro disco solo, o Disco do Tênis.

Salomão Borges Filho, nome de batismo de Lô, nasceu no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, sexto filho de uma família de 11 irmãos. Ainda criança, mudou-se para o Centro da cidade, onde conheceu Milton Nascimento e, pouco depois, Beto Guedes. Esses encontros foram determinantes para a formação do Clube da Esquina.

Em entrevistas, Lô recordava com carinho o início da parceria com Milton: “Comecei a mostrar a harmonia que eu estava fazendo, ele começou a fazer a melodia, e aí a gente fez a parceria Clube da Esquina. E na época ele já era famoso, eu era anônimo”, contou. Após o sucesso inicial, Lô Borges fez uma pausa nos palcos e passou um período em Arembepe, na Bahia, continuando a compor. Em 1978 retornou com o álbum Via Láctea, considerado por ele um dos melhores de sua carreira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nas redes sociais uma manifestação sobre a importância do compositor Lô Borges para a música e a cultura brasileira. “Hoje nos despedimos de um dos grandes nomes da nossa música popular brasileira, Lô Borges. Suas canções, que começaram a nascer nas esquinas de Belo Horizonte, ultrapassaram as fronteiras de Minas Gerais e estão gravadas não apenas em álbuns, mas na memória e no coração de milhões de brasileiros”, diz a publicação.