Censo 2022 identifica quase 350 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos vivendo em união matrimonial no Tocantins
14 novembro 2025 às 11h48

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Os resultados sobre nupcialidade divulgados pelo Censo 2022 mostram que o Tocantins registrou 346 pessoas entre 10 e 14 anos vivendo em união conjugal, os números revelam que os casamentos precoces ainda fazem parte da realidade brasileira, sobretudo para as meninas, além de trazer um panorama completo sobre a estrutura das famílias no estado. No total da população com 10 anos ou mais, 51,4% viviam em união, 16,7% não estavam em união na data da coleta, mas já haviam vivido anteriormente, e 31,6% nunca tinham vivido em estado conjugal.
O IBGE esclareceu que as informações consideradas no levantamento são aquelas declaradas pelos moradores no momento da entrevista, sem exigência de comprovação documental das uniões. Dessa forma, os registros podem refletir entendimentos individuais sobre o estado conjugal, além de possíveis equívocos de interpretação ou erros no preenchimento do questionário.
Desde 2019, a legislação brasileira veda o casamento civil de pessoas com menos de 16 anos. O IBGE informou, contudo, que não é responsabilidade do instituto verificar a legalidade dessas relações, mas registrar as informações declaradas pelos moradores, com a finalidade de produzir dados que subsidiem a formulação de políticas públicas.
Entre os municípios, Piraquê apresentou o maior percentual de moradores vivendo em união (61,3%), seguido de Santa Terezinha do Tocantins (60,7%) e Sandolândia (59,6%). Já os maiores percentuais de pessoas que não viviam, mas já haviam vivido em união, foram registrados em Recursolândia (27,1%), Arraias (22,8%), Wanderlândia (21,2%) e São Valério (21,1%). No grupo dos que nunca viveram união, destacaram-se São Félix do Tocantins (43,1%), Lizarda (39,9%) e Luzinópolis (39,3%).
A análise por faixa etária apontou que o grupo de 10 a 14 anos foi o menor entre os que viviam em uniões conjugais. Os maiores contingentes estavam entre pessoas de 35 a 39 anos (85.997) e de 40 a 44 anos (83.492). Ao todo, 652.163 tocantinenses declararam viver em união conjugal.
Em relação à natureza das uniões, 43,8% da população afirmou viver em união consensual. Casamentos civil e religioso representaram 28,1%, enquanto 23,1% eram casamentos apenas civis e 5% somente religiosos. Sobre o sexo dos cônjuges, o Censo registrou 648.594 uniões entre pessoas de sexos diferentes e 3.569 uniões entre pessoas do mesmo sexo, sendo 1.549 compostas por homens e 2.020 por mulheres.
O levantamento também analisou as unidades domésticas unipessoais. Das 90.661 moradias habitadas por uma única pessoa, 31.901 (35,2%) tinham responsáveis com 60 anos ou mais. Moradores de 50 a 59 anos representaram 19,5% (17.674 pessoas). O menor número foi o de jovens com menos de 20 anos, com 1.569 pessoas, enquanto a faixa de 20 a 29 anos registrou 12.029 moradores. No total, 54.300 homens e 36.361 mulheres viviam sozinhos.
Quanto à composição familiar, 43,1% das famílias eram formadas por casais que viviam apenas com filhos. Casais sem filhos representaram 22,3%. Mulheres sem cônjuge e com filhos foram 12,4%, proporção quase seis vezes maior que a de homens na mesma condição (2,1%). Casais sem filhos que moravam com parentes correspondiam a 4,2%, enquanto casais com filhos nessa mesma condição eram 4,3%. Entre pessoas sem cônjuge que dividiam o domicílio com parentes, mulheres representaram 3,9% e homens, 0,6%. Outros formatos de arranjos familiares somaram 7,3% das situações registradas.
