Com grafismo Karajá e fibra de buriti, trabalho artesanal do Tocantins ganha destaque em feira nacional

Mais do que tradição, o artesanato é também uma fonte de renda para muitos tocantinenses. E foi com esse potencial que dez artesãos do estado desembarcaram em São Paulo para participar do 19º Salão do Artesanato, Raízes Brasileiras, que começou nesta quarta-feira, 21 de maio, no Pavilhão da Bienal.

Selecionados por meio de edital público, os expositores levaram para a feira peças feitas com capim-dourado, cerâmica, madeira, sementes, fibras de buriti e palhas, representando a diversidade de técnicas e materiais do Tocantins. A participação no evento é uma oportunidade de mostrar o talento local e ampliar a comercialização das obras.

A coordenadora estadual do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), Núbia Cursino, destacou a variedade de tipologias apresentadas no estande tocantinense. “Trouxemos o brilho do capim-dourado, as bonecas Karajá Ritxòkò, a palha, a fibra de buriti… São diferentes formas de expressão cultural que têm gerado renda para muitas famílias no estado”, afirmou.

Representando o secretário da Cultura, Tião Pinheiro, a assessora Lara Faez reforçou que a presença do Tocantins no salão fortalece a cultura e a economia criativa. “A participação do estado em um evento dessa dimensão dá visibilidade ao trabalho de nossos artesãos e mostra o potencial das nossas tradições”, disse.

Os próprios expositores falaram sobre o impacto da feira. O artesão Missim da Viola de Buriti, de Novo Acordo, compartilhou sua emoção. “Comecei a fazer viola com 10 anos. Estar aqui é um reconhecimento que nunca imaginei. É uma honra”, contou.

Valmiria Dias Marques, representante da Associação Dourada de Mulheres Artesãs de Novo Jardim, lembrou que o artesanato é a principal fonte de sustento para muitas mulheres de sua comunidade. “É gratificante mostrar nosso trabalho para o Brasil. Muitas mulheres vivem disso. Essa oportunidade representa muito para nós.”

Também presente, a indígena Myxewetoro, da Aldeia Kuriala, na Ilha do Bananal, comemorou a procura pelas bonecas Ritxòkò. “É bom ver tanta gente conhecendo e valorizando esse símbolo do nosso povo”, disse.

O estande do Tocantins recebeu elogios de visitantes e especialistas. O curador Fernando Werney, que atua há mais de 20 anos com arte popular, elogiou o acabamento e a riqueza das peças. “A cerâmica Karajá é especial. O estande está muito bonito, com cores naturais e manualidade evidente.”

Sobre o evento

O 19º Salão do Artesanato – Raízes Brasileiras segue até o dia 25 de maio no Parque Ibirapuera. O evento reúne expositores de todos os estados brasileiros com o objetivo de valorizar o artesanato, incentivar a economia criativa e ampliar os canais de comercialização.