Criação da Área de Proteção Ambiental do Paleocanal prevê preservação sem impedir Hidrovia Araguaia-Tocantins

18 agosto 2025 às 16h02

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A Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) e a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) protocolaram em outubro de 2023 junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) pedido de estudos técnicos para a criação de Unidades de Conservação no Paleocanal do Rio Tocantins. Os levantamentos realizados confirmaram a importância natural e cultural da região, que reúne biodiversidade, paisagens singulares, comunidades tradicionais, festas populares e potencial turístico. Além disso, a área concentra atividades econômicas relevantes, como a agropecuária, e demanda infraestrutura logística, incluindo a Hidrovia Araguaia-Tocantins.
A proposta de criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Paleocanal do Rio Tocantins foi elaborada com a finalidade de compatibilizar conservação ambiental e desenvolvimento produtivo. A categoria escolhida prevê a manutenção de propriedades privadas, continuidade da agropecuária e instalação de empreendimentos de grande porte. Nesse contexto, os responsáveis pelo projeto destacam que “a criação da APA do Paleocanal do Rio Tocantins não inviabiliza a implementação da Hidrovia Araguaia-Tocantins, sendo possível conciliar desenvolvimento econômico com conservação da biodiversidade”.
Na região entre os municípios de Marabá, Itupiranga e Nova Ipixuna foram registrados mais de 150 lagos naturais, dos quais 101 estão dentro do polígono da APA. Os demais já se encontram secos. Esses lagos são responsáveis pela conservação de espécies ameaçadas e endêmicas, além de fornecerem sustento a comunidades locais como ribeirinhos, pescadores, vazanteiros, agricultores e quebradeiras de coco babaçu.
Outro objetivo da APA é ordenar atividades de pesca, diante da pressão da pesca predatória externa que ameaça comunidades da região.