As defesas dos investigados na oitava fase da Operação Overclean contestaram, nesta sexta-feira, 31, as prisões realizadas pela Polícia Federal em Palmas, Tocantins. Em nota oficial, os advogados de Éder Martins Fernandes, ex-secretário executivo de Educação, e de Danilo Pinto de Souza afirmaram que respeitam o trabalho da PF, mas discordam das prisões, alegando que não houve qualquer tentativa de obstrução das investigações.

A defesa também informou que ainda não teve acesso ao auto de prisão em flagrante e que tomará as medidas cabíveis assim que o documento estiver disponível.

Da mesma forma, a defesa de Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos, negou qualquer envolvimento nos fatos apurados nesta fase. Em nota, destacou que Quaresemin não ocupa cargo público desde 2021, período anterior aos contratos sob suspeita.

A Operação Overclean, deflagrada pela PF, teve nesta sexta-feira um novo desdobramento no Tocantins, com a prisão de Éder Fernandes e Danilo Pinto. Eles foram detidos durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a Polícia Federal, esta etapa da investigação foca em um contrato de mais de R$ 16 milhões firmado entre a Seduc e uma empresa de dedetização, suspeito de ter sido usado em desvios de recursos e pagamento de propinas com verbas de emendas parlamentares.

Ainda conforme a PF, Éder e Danilo teriam monitorado a sede da Superintendência da Polícia Federal no Tocantins, em suposta tentativa de antecipar o cumprimento dos mandados judiciais. Ambos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Palmas para exame de corpo de delito antes de seguirem para unidade penal.

Outros investigados também foram alvo de mandados nesta fase, incluindo Claudinei Quaresemin, que já havia sido preso em etapas anteriores da operação. As investigações apontam que o grupo teria atuado na liberação irregular de recursos, direcionamento de contratos públicos e movimentação de valores milionários por meio de fraudes licitatórias e superfaturamento de obras.

A Seduc reforçou que Éder Fernandes deixou o cargo de secretário executivo em setembro deste ano e que todos os pagamentos à empresa investigada estão suspensos por determinação da Justiça Federal, ressaltando ainda que a pasta cumpre integralmente as decisões judiciais relacionadas à operação.

A Operação Overclean, que chega à sua oitava fase, apura uma organização criminosa que teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão em contratos irregulares e obras superfaturadas envolvendo agentes públicos e empresários em diferentes estados, incluindo o Tocantins.

*Com informações da TV Anhanguera